A onda de protestos que ganhou força no país na última semana levou três mil alvoradenses para as ruas centrais da cidade nesta sexta-feira, em uma noite de muito frio e chuva fraca.
O principal foco da manifestação em Alvorada foi a redução da tarifa dos ônibus metropolitanos. Pedidos por maiores investimentos em educações e saúde e o combate à corrupção, no entanto, fizeram parte dos gritos e cartazes levados para a avenida Presidente Getúlio Vargas.
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A manifestação iniciou às 18h próximo ao pórtico de entrada da cidade. De lá, pacificamente o grupo marchou entoando cantos e palavras de ordem em direção ao Centro. Por onde passava o ato recebeu elogios de várias pessoas que saíam de casa ou acompanham pelas janelas.
Apesar de ser seguida por um grupo de adolescentes mais exaltados, a grande aglomeração acolheu pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Grupos menores de tradicionalistas, homossexuais e servidores municipais estavam integrados no meio da multidão.
Durante todo o trajeto a Brigada Militar acompanhou de perto toda a caminhada. Da entrada da cidade até o Centro, na altura da parada 48 da avenida Presidente Getúlio Vargas, nenhum incidente foi registrado.
Logo na frente a marcha era acompanhada por cerca de trinta adolescentes com rojões, que eram acesos esporadicamente. Em todas as ocasiões os manifestantes vaiavam as atitudes de vandalismo, ainda que estas eram praticadas de maneira tímida até então.
Em frente ao prédio da prefeitura um grupo de manifestantes mais exaltados já aguardava os integrantes da caminhada. A partir daí o que se viu nas ruas do Centro foi uma verdadeira guerra campal entre adolescentes e a Tropa de Choque da Brigada Militar.
As primeiras bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pela polícia quando os manifestantes tentaram furar o bloqueio montado na Praça Leonel Brizola. Eles começaram a atirar pedras contra os policiais. O ato se repetiu inúmeras vezes.
Após meia hora de pedras de um lado e bombas do outro, o grupo deixou o Centro em direção à sede da empresa Soul, na altura da parada 53 da avenida Presidente Getúlio Vargas.
A BM correu para tentar chegar antes no destino dos adolescentes. Ao se encontrarem novamente, confrontos ainda maiores foram registrados. A tensão desta vez perdurou por uma hora.
Na sede da empresa, dezenas de funcionários ficaram acuados. Pedras foram jogadas para o interior do pátio e pelo menos um ônibus teve as janelas quebradas. No confronto com a BM, um policial levou uma pedrada na cabeça e foi encaminhado para o Hospital de Alvorada.
Na esquina da rua Figueira com a avenida Presidente Getúlio Vargas houve novo embate. O Choque avançou em direção aos adolescentes que correram para o Centro. Alguns grupos menores se espalharam por diversas ruas do bairro Sumaré. Neste momento diversas lojas foram depredadas ao longo da avenida.
O grupo de adolescentes que promovia o quebra-quebra só cessou por volta da meia noite. Após sete horas de manifestações e confrontos, o saldo foi de três policiais feridos, quatro pessoas presas, seis lojas depredadas, duas viaturas apedrejadas e um ônibus danificado.
Fonte: O Alvoradense