A cada instante que passa e o nível da água sobe nas ruas do bairro Americana, na zona Norte da cidade, cresce também a revolta e indignação dos moradores.
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Atormentados por uma triste rotina de prejuízos que já duram anos, quem vive na região cobra rapidez na solução do problema.
Em 2012 a cidade viveu uma das piores enchentes das últimas décadas. O drama deste ano, no entanto, supera as marcas históricas do ano anterior. Em três dias a água tomou por completo a parte mais baixa do bairro e já bloqueia trechos da avenida Itararé, distante quatro quarteirões das primeiras casas atingidas pela cheia.
Durante a manhã desta terça-feira (27) equipes da assistência social da prefeitura cadastraram os moradores. Eles distribuíram um número de telefone que ficará disponível 24 horas de plantão para atender casos de emergência.
A maioria têm preferido ir para casa de amigos e parentes. Até o início da tarde desta terça-feira, apenas uma família estava no Ginásio Tancredo Neves, onde a prefeitura montou uma estrutura de atendimento aos desalojados.
Quem deixa as casas em sua maioria são mulheres, crianças e idosos. Os homens permanecem nas residências tomadas pelas águas para garantir a segurança do pouco que sobrou. Durante a noite vizinhos têm montado patrulhas para vistoriar a região e evitar saqueadores.
Tragédia poderia ser amenizada, dizem moradores
Quem mora no local está revoltado. Segundo eles, órgãos da prefeitura foram avisados com pelo menos três meses de antecedência sobre possíveis cheias.
A solicitação para a limpeza de bueiros e de dragagem do Arroio Feijó não teria sido atendida, garantem. O discurso entre eles é praticamente o mesmo. “Pagamos os impostos em dia e temos isto como retorno. Estamos esquecidos aqui em baixo”, brada um dos moradores, com a água na altura da cintura.
Outro consenso entre eles é sobre a certeza de que a água vai continuar subindo. Após acabar a chuva, o nível da cheia sobe por três dias seguidos, até começar a baixar lentamente. Quem mora nas casas mais próximas do Arroio e do banhado já sabe que não deve conseguir entrar em casa antes da primeira semana de setembro.
Fonte: O Alvoradense