A água começa a baixar lentamente nas ruas do bairro Americana. Começa, então, a fase de limpeza e balanço dos prejuízos após onze dias de cheia.
Os comerciantes da rua Marques do Pombal, por exemplo, abriram suas portas nesta quarta-feira (04).
Apesar do alívio em poder ver a rotina voltando ao normal, não há o que comemorar.
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Mesmo funcionando há 20 anos no mesmo endereço, a oficina mecânica de Milton Paulo Freitas nunca havia alagado. Desta vez, no entanto, a água tomou por completo o estabelecimento e deixou um rastro de prejuízos. “O compressor de ar e máquina de solda estragaram”, revela o mecânico que faz as contas: “Se for incluir o que deixei de lucrar com a loja fechada o prejuízo não baixa de R$ 8 mil”.
A filha de Milton, Daiana Rosa, também soma suas perdas. Ela é dona de uma farmácia ao lado da mecânica do pai e estima que os prejuízos cheguem a R$ 5 mil. “Os boletos chegam na próxima semana, sem falta, e não sei o que vou fazer”, desabafa. Sem dinheiro e com dívidas, Daiana terá que escolher prioridades: “O IPTU ainda não paguei, e depois desse alagamento, não vou pagar mesmo”.
Do outro lado da rua o drama é maior para Igor da Silva, proprietário do minimercado Xingu. Há um ano e meio aberto, o estabelecimento foi tomado pela enchente. A água alcançou vinte centímetros.
As perdas foram grandes. Foram quatro freezers queimados e uma câmara fria estragada. A água também alcançou o depósito, estragando carnes, leites e bebidas. Sem luz e completamente alagado, o comércio ficou fechado por uma semana gerando novo prejuízo. Além de não lucrar, os mantimentos perecíveis que não tiveram contato com a água estragaram. Frutas, verduras, frios e laticínios serão descartados. Um conta que deve superar os R$ 40 mil.
Tanto Igor quanto Daiana e Milton têm ainda outro desafio: recuperar a clientela. “Tem gente que ao saber que a água invadiu a loja decide não voltar mais”, revela a farmacêutica.
Fonte: O Alvoradense