A vida sempre reservou surpresas para o alvoradense Renato Bettanim, hoje mais conhecido como Renato Jackson. Desde os cinco anos de idade ele chama a atenção das pessoas a sua volta pela sua desenvoltura ao cantar e dançar. No entanto, foi se descobrir cover de seu ídolo aos 40.
Renato conta que suas imitações como o Rei do Pop começaram em 2007, em um aniversário com os amigos. “Desde pequeno acompanhava os Jackson Five, mas foi em uma festa que surgiu a ideia de me tornar um verdadeiro cover”, revela.
Hoje já conhecido em grande parte do país, Renato passeia pela Praça João Goulart, no Centro de Alvorada, como uma estrela. Ele distribui acenos e fotos para crianças que, encantadas com seu figurino, se aproximam curiosas. O vestuário, aliás, é uma atração aparte. “Tudo é feito em casa porque as roupas do Michael só podem ser encontradas para venda nos Estados Unidos”, lamenta ele.
Sua produtora e esposa Eda Viegas é sem dúvida sua fã número um. “Ele é uma pessoa muito simpática, além de trabalhador e dedicado. Certamente merece todo o sucesso que tem e o que ainda virá”, paparica a mulher que não perde de vista o marido que, por sua vez, sempre está rodeado de amigos e curiosos.
No entanto, Renato, que é aviador e trabalha dirigindo guinchos dentro do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ainda não viu seu sonho decolar. “Não é possível, hoje, viver apenas fazendo o cover. Não tive essa coragem de largar tudo, mas acredito que este dia chegará”, projeta.
Para quem acredita que não tenha existido nada pior para Renato do que ter que se despedir de seu ídolo, certamente ficaria surpreso ao saber que tudo sempre pode ficar ainda pior. A morte de Michael Jackson, em 25 de junho de 2009 foi marcante. “Soube a caminho de um estúdio e não acreditei. Ao parar em frente à televisão e descobrir que era verdade, comecei a chorar e não parei mais. Foi horrível”, relembra.
Seis dias antes de o mundo chorar a morte repentina do Rei do Pop, Renato Jasckon se despedia de seu pai, também de maneira inesperada. “Foram momentos difíceis e de muita dor”, conta ele. “Naquela hora me perguntei: Perdi meu ídolo, perdi meu pai. O que me falta perder”? No entanto, foi juntando as migalhas de sua dor que Renato Jackson deu a volta por cima.
Nos dias em que se seguiram após a morte do astro, convites para fazer participação em programas de televisão começaram a pipocar. As intensas gravações lhe fizeram focar no seu trabalho, o que se reverteu em mais reconhecimento, além de ser uma alavanca para a volta da autoestima.
Hoje soma em seu currículo aparições no Patrola, Tv Xuxa, Faustão, Studio Pampa, Jornal do Almoço, Bibo Nunes Show e tantos outros. A repercussão, apensar de vir aumentando, ainda é pouca, acredita Renato. “Aqui no Rio Grande do Sul a imprensa destaca muito o tradicionalismo e deixa de lado a cultura pop”, avalia.
Eda, no entanto, é mais otimista. Ela acredita que nada acontece na vida do casal por acaso. O apoio de esposa, neste momento, da espaço ao trabalho de produtora. “Queremos chegar muito mais longe e temos certeza absoluta que nos vamos conseguir.” Ela prossegue: “O grande segredo da vida é confiar, acreditar que as coisas vão acontecer, e ai, quando menos se espera elas aparecem”.
Exemplo disso, garantem o casal, foi o seu próprio casamento. Ambos se conheceram em um Réveillon, data em que Eda havia estabelecido um prazo de doze meses para encontrar um amor verdadeiro. E não foi preciso sequer doze dias. Renato e Eda se encontram no dia nove de janeiro e depois disso nunca mais se separam. “Eu sabia que encontraria o meu príncipe, e ele apareceu”, conta sorrindo.
Para Renato, o amor entre eles se reflete no trabalho. “Conhecer ela era o que faltava para minha vida pessoal e minha carreira profissional”. Ele, aliás, está de aniversário nesta segunda-feira, 12 de março.
Fonte: Jonathas Costa/OA