Depois da onda de protestos que tomou as ruas de diversas cidades do País nos últimos dias, um grupo organiza, pela internet, uma greve geral para o dia 1º de julho. A convocação está sendo divulgada pelo Facebook há duas semanas e até chegou a contar com mais de um milhão de confirmações.
Criado pelo músico mineiro Felipe Chamone, o evento “Greve Geral – Vamos mostrar quem manda nesse País” foi tirado do ar pelo Facebook durante a semana passada.
O ato não tem o apoio de nenhuma central sindical do País. A população, no entanto, vive dias de incertezas sobre as prestações dos serviços na próxima segunda-feira.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou nota no dia 24 afirmando que “nem
a CUT nem as demais centrais sindicais, legítimas representantes da classe trabalhadora, convocaram greve geral” e que o evento é ” uma iniciativa de grupos oportunistas, sem compromisso com os trabalhadores, que querem confundir e gerar insegurança na população”.
A orientação é de que nenhum serviço deve ser afetado na segunda-feira. Ônibus, agências bancárias e serviços públicos devem funcionar normalmente. Em comunicado a Soul garantiu a normalidade das operações.
O sindicato dos professores estaduais (CPERS-Sindicato), no entanto, é a única entidade que tem demonstrado apoio à paralisação.
A Secretaria de Educação do governo do estado emitiu nota nesta sexta-feira garantido que haverá aula normalmente na rede pública. Muitos professores, entretanto, avisaram os pais para não levaram os filhos para as escolas.
Greve geral acontece dia 11
As centrais sindicais farão conjuntamente manifestações em todo o país no dia 11 de julho. Com o lema “Pelas liberdades democráticas e pelos direitos dos trabalhadores”, o Dia Nacional de Lutas será marcado por greves e protestos.
“As paralisações, greves e manifestações terão como objetivo destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios e também construir e impulsionar a pauta que veio das ruas nas manifestações ocorridas em todo o país nos últimos dias”, disse a CUT em nota.
Vão participar dos atos a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) também participará como movimento social.
No Rio Grande do Sul o Sindicato dos Rodoviários, dos professores da rede pública estadual (CPERS-Sindicato), a Federação dos servidores públicos do estado (Fessergs), o dos Bancários (Sindibancários) e o Sindicato dos Servidores Federais também deve participar do ato.
Entre as reivindicações consensuais, estão melhorias na saúde e educação públicas; reforma agrária; transporte público de qualidade e redução das tarifas; o fim dos leilões de petróleo; o fim do fator previdenciário; a redução da jornada de trabalho sem diminuição do salário; o arquivamento do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização; e o aumento das aposentadorias.
“Queremos o cumprimento dessa pauta histórica da categoria, que está nas mãos da presidente [Dilma Rousseff] desde antes de ela ter sido eleita e que infelizmente não cumpriu”, destacou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira.
Fonte: O Alvoradense / Com informações da Agência Brasil