O prefeito Professor Serginho foi entrevistado pelos leitores do jornal O Alvoradense na última semana de 2015. Entre as mais de 50 perguntas enviadas para a redação do jornal, questionamentos sobre saúde, educação, pavimentação e outros projetos em desenvolvimento na cidade desde o início da sua gestão.
Para facilitar as respostas, várias perguntas foram agrupadas por temas. As respostas você confere abaixo:
Bruno Couto de Oliveira e Tati Albino: Como está o projeto da UPA 24 horas?
Serginho: A UPA, depois de entregue o prédio físico, o Governo do Estado deveria repassar recurso para equipar, o que aconteceu em novembro. Neste momento, estamos fazendo o processo de licitação para equipar a UPA. Depois a gestão deve ser licitada, compartilhada com a Prefeitura e uma entidade que tenha experiência no setor.
Ironi Jaeguer fala sobre a distribuição de apenas 10 fichas diárias nas UBSs e as fichas de pré câncer, que são distribuídas nas quintas, quando é feriado não há atendimento. Como fica isso? E a redução do horário no PAM 8? Fátima Sanches também cita a falta de remédios na Farmácia Municipal e nos postos de saúde.
Serginho: O déficit da prefeitura está calcado na falta dos repasses pelo Governo do Estado para a saúde nos últimos dois anos. Isso é um problema sério, porque igual fazemos o pagamento e oferecemos o serviço. No caso do PAM 8, houve a redução por que não tivemos como realizar os pagamentos dos contratos dos médicos e serviços. Alvorada faz algo a mais do que o seu dever. O pronto atendimento nas UBS são um plus que significa 50% a mais nos gastos. Teríamos que investir 15% do orçamento e investimos 23%. Especialidade não é função do município e temos várias. Quem tinha que oferecer isso era o Estado. E a falta de remédios também por falta de repasses de recursos, mas hoje já foram equilibrados. A prefeitura tem que fazer apenas a prevenção, nas UBS, por isso falta dinheiro para tapar buracos.
Bruno Couto de Oliveira questiona a previsão de entrega da obra da pista de skate.
Serginho: Corremos em agosto para terminar a licitação para contratação da empresa, porque a Caixa deu o “ok” em final de julho, contudo isso foi prorrogado a cada mês e a última notícia é que deve ser liberado o recurso até o dia 30 de dezembro. O Governo Federal está programando um pacote de recursos para liberar ainda neste ano (2015). A previsão é que retome a obra em 2016, assim que liberar o recurso. A empresa não foi paga e todo o equipamento que está ali é da empresa.
Paulo Ari landi, morador da Vila Elza mas que vive muito mais Alvorada do que Viamão, fala nos passeios públicos, principalmente nas proximidades da Soul, onde há grande dificuldade para as pessoas com mobilidade reduzida transitarem.
Serginho: O problema é semelhante em todas as cidades. Muitos reclamam, mas também agem errado. Muitas pessoas usam o meio fio para fazer acesso às suas garagens, o que é irregular. Quem deveria ter a sensibilidade é quem projeta essas casas, um problema sério, porque em muitos lugares não há solução. O projeto de mobilidade que temos para a avenida Presidente Getúlio Vargas, que é do PAC 2, depende de financiamento do Governo do Estado, mas prevê acessibilidade em toda a avenida, onde houver alargamento. Já todos os projetos do Governo Federal preveem a lei de acessibilidade, e um exemplo é a praça da Água Viva, com acessibilidade tátil e à deficientes visuais. Por isso a dificuldade de licitar obras do Governo Federal, porque há uma série de regras na área da acessibilidade.
Julio Cesar Silveira de Souza e Jonathas Fraga reclamam dos buracos e pergunto o porquê não priorizar pelo menos a avenida Presidente Getúlio Vargas, a principal da cidade.
Serginho: Fizemos investimento em várias ruas e no trecho da avenida da Guilhermina até a ponte (na Getúlio Vargas), foi priorizada e recuperada. Mas houve outros vários investimentos na cidade. O que me deixa triste foi que a obra de recuperação da Getúlio, que foi recapeada e prolongada, deveria durar 20 anos, mas que está precarizada em cinco ou seis anos. Não tem qualidade suficiente para uma via estruturante como essa. Deve ter sido mal projetada a recuperação asfáltica. Essa recuperação é muito cara, um custo altíssimo. São muitos os problemas, como a instalação do gás natural e o reinício das obras da Corsan para o esgoto, que vai abrir a avenida outra vez. Então não tem como fazer uma recuperação se em seguida já estarão em obras. O que acontece na cidade é que as empresas trabalham aqui sem pedir licença. A Eletrosul coloca postes e a CEEE troca os postes e leva as luminárias embora. No dia da procissão de Santa Edvirges, todas as luminárias estavam deitadas, desligadas, na rua 24, porque a CEEE fez a troca de postes e as luminárias não eram compativeis com os novos postes. Este ano vamos dar prioridade a parte de baixo da avenida. Mas a malha viária está muito velha e deteriorada.
Diego Flores e Fabiano Roth Martins perguntam como funcionam a operação tapa buracos, sobre p custo e de onde vem o dinheiro. O que está sendo feito para captar mais recursos?
Serginho: Não há recursos de programas para recapeamento, são recursos próprios, livres. O custo é muito alto. Uma opção é o asfalto frio, que a durabilidade é reduzida – se chover ele perde a consistência. Já com o asfalto quente, a recuperação pode sair mais caro que do fazer uma rua nova, porque os equipamentos vêm para a cidade, mas antes a área a ser recuperada deve ser tratada com corte do asfalto, em dois dias de trabalho para apenas um trecho. Se fosse asfalto novo, nesses dois dias estariam asfaltando direto. É um custo inimaginável. Um quilômetro de asfalto sai por R$ 1,1 milhão.
Vários leitores perguntam sobre as prometidas obras na avenida Frederico Dilh.
Serginho: Fizemos uma reunião na Acial com empresários que têm interesse que saia a obra. Estamos concluindo do processo para que possa o mais rápido entregar à Caixa para que o Governo do Estado faça a licitação. O processo está adiantado e com recurso garantidos. Faltam ajustes a serem realizados até o final de fevereiro, mas a obra deverá iniciar no segundo semestre.
Matheus Costa perguntas sobre as verbas para reformas de praças enviadas pelo deputado Henrique Fontana.
Prefeito: São várias as emendas relativas a praças do deputado que estão em processo de entrega de projeto à Caixa Econômica Federal…
Lisandra Carraveta questiona a garantia que a Prefeitura pode dar de que vai pagar o empréstimo dos servidores em dia.
Serginho: A prefeitura vai honrar, porque tem que honrar, porque fecha a gestão e tem que honrar, sem custo para os servidores.
David quer saber sobre o concurso público realizado ao longo do ano. Quando serão chamados os aprovados?
Serginho: Estamos chamando vários concursados, de várias áreas. A previsão é para reserva e com validade de dois anos. Na área do magistério há muitas chamadas em março, principalmente.
Patrick Fernandes reconhece que alguns partidos tentam ganhar politicamente durante as invasões, mas pergunta sobre as pessoas que realmente não tem condições de ter suas casas. Como a prefeitura resolve isso?
Serginho: Temos o programa Minha Casa, Minha Vida na cidade. Temos decisões judiciais para colocar algumas pessoas e temos que cumprir. Não posso concordar que se usem área públicas, que é de todos, para isso. As vezes é uma área de preservação, ou com destino industrial ou para uma creche, por exemplo. Esse movimento é muito mais político que outra coisa. Tudo está nas mãos do Ministério Público.
Lisiane Mouler pergunta sobre a reforma do Canil Municipal, prometido pelo senhor em 2013, e a fiscalização e campanha de adoção e castração de animais.
Serginho: Foi licitada reforma, não houve empresa interessada em dois anos. Agora nova tentativa, com adesão de ata para a recuperação e ampliação. Temos dificuldades em conseguir empresas que façam reformas.
Rosana Samer pergunta sobre a prometida criação de uma escola no Jardim Aparecida, que com a inauguração do condomínio Altos das Figueiras aumentou a demanda. Algumas crianças estão estudando longe de casa.
Serginho: A alternativa é pagar a passagem para quem mora longe, o que fazemos desde o início do ano. O que deveria ser feito é a ampliação da escola que já existe no bairro pelo Governo do Estado.
Fonte: O Alvoradense