Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, elaborada pela Prefeitura e aprovada pela Câmara de Vereadores em outubro do ano passado, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo tem destinado o valor de R$ 331.146,00 para o custeio de eventos ao longo do ano.
O valor é praticamente a metade do que o governo havia sinalizado para as escolas de samba como orçamento para o Carnaval de 2016, cuja realização está cancelada na cidade.
Em entrevista, o secretário de Cultura, Alexandre Lobão, afirmou que o cancelamento do evento estava relacionado à baixa arrecadação da Prefeitura. “Nossa vontade era de realizar a festa, contudo a arrecadação foi bem abaixo do esperado, inviabilizando qualquer acordo firmado anteriormente”.
O presidente da Associação Recreativa e Cultural dos Carnavalescos de Alvorada (Arcca), César Xavier, afirma que a indefinição da prefeitura levou as agremiações a criarem dívidas e comprometeu a arrecadação das escolas. “Nem os ensaios técnicos, que são formas de obtermos receita própria cumprir com nossos compromissos e fortalecer o espetáculo, conseguimos fazer porque não tínhamos nenhuma definição do governo”, explica.
O presidente também reclama que o prefeito Professor Serginho empenhou sua palavra pessoal de que o Carnaval iria ocorrer neste ano, mesmo que com orçamento menor. “Em reunião, ele disse: ‘Eu sou o Prefeito e estou dizendo que vou fazer o Carnaval’”, garante César.
Este seria o motivo pelo qual as escolas já estariam gastando verbas próprias para preparar os desfiles.
O jornal O Alvoradense teve acesso à planilhas da Arcca que demonstram que até dezembro, cada agremiação já teria gastado cerca de R$ 15 mil com criação, composição e gravação do enredo, a contratação de mestres sala e portas bandeira, estandartes, casal de passistas e mestres de bateria, e a compra de tecidos, entre outros investimentos.
Para o presidente da associação, é preciso reconhecer a caráter social que tem o Carnaval. “No ano passado foram quase 50 mil pessoas em apenas um dia. Nenhum outro evento reuniu tanto público no ano do cinquentenário”, exemplifica. “Isso sem falar nas atividades que promovemos diretamente com as comunidades ao longo do ano. São crianças e adolescentes que se envolvem com o Carnaval.”
Fonte: O Alvoradense