O PDT de Alvorada terá candidatura própria a prefeito em outubro. Quem garante são os membros da executiva do partido, que têm discurso afinado quanto a necessidade de encabeçar uma chapa para disputar a Prefeitura. O nome que melhor representa este ideal, contudo, não é consenso.
Apesar da maioria da executiva apoiar publicamente a pré-candidatura de Valter Slayfer, Geovani Garcia confirmou a intenção de disputar internamente a indicação do partido. No sábado (26), durante um café da manhã oferecido à imprensa, seis dos oito membros da executiva se mostraram unidos em torno de Slayfer. “Somos seis de oito, 30 [votos] de 45. A matemática é exata”, garantiu Valmor de Freitas Jr., vice-presidente do PDT de Alvorada.
O dilema que o PDT vive hoje é fruto da reorganização da qual a sigla passou nos últimos anos. “Reorganizamos o partido e demos vida orgânica a ele”, explica o vice-presidente, que cita ainda a volta do vice-prefeito Arlindo Slayfer, que deixou o PSB no ano passado.
O resultado se traduz em números. Hoje o PDT tem a maior quantidade de filiados de Alvorada, cerca de sete mil, além de uma nominata expressiva para concorrer à Câmara em outubro. São quase 50 pré-candidatos para disputar uma das 25 vagas de candidatos a vereadores. “Estamos reafirmando a posição majoritária do partido”, avalia Valmor.
O cenário acaba servindo de combustível para incentivar o partido a ser cabeça de chapa, o que não ocorre há 20 anos. “Não temos nada definido sobre coligações com outros partidos, estamos falando com todos e podemos coligar com qualquer sigla que aceite ser vice do PDT”, afirmou o vice-presidente, que fez questão de frisar que o evento do sábado marcava o “início da construção de um projeto de governo.”
O partido ainda compõe o governo Serginho, com três secretarias. A decisão de deixar a base do governo ainda não está tomada, mas parece irreversível na medida em que o partido organiza a candidatura própria. A possibilidade de ser vice em uma chapa com a deputada estadual Stela Farias (PT), por exemplo, foi publicamente descartada. Ainda assim, na manhã desta segunda-feira (28), uma reunião entre membros do partido e do governo, com a presença do própria prefeito, tratou da permanência da sigla.
Geovani reconhece que o desafio que tem pela frente é grande, mas diz que está disposto a “disputar respeitosamente” os votos dentro da sigla. “Reconheço que até algum tempo atrás não pretendia ser candidato. Mas, notei que a cidade pedia isso. As pessoas me convidaram e fiz uma reflexão”, explica o empresário.
Hoje, Geovani tem o apoio apenas da ala do vereador Zézo. Estão com Valter, além de Valmor, os membros da executiva Tiano Caduri, Jeronimo Miquelin, José Carlos Gomes e o vereador Preto.
“É absolutamente legitima a candidatura dele, mas o candidato da executiva hoje é o Valter”, explica Valmor. A posição é a mesma de Preto, que também chegou a disputar a preferência do partido internamente, mas recuou para apoiar Valter. “A candidatura dele é a que mais agrega. Retirei meu nome porque vi que o Valter teve sucesso na construção do apoio em torno do seu nome. Ele tem unidade no partido”, avalia Preto.
Valter Slayfer, que não esconde a frustração em não ter o apoio completo do partido, se diz “preparado para a batalha”. “Pelo visto teremos uma forte disputa interna”, avalia.
Apesar de não ter data confirmada, a pré-convenção do partido deve ocorrer até o fim da primeira quinzena de maio. O prazo para definição de candidatos e coligações termina em 5 de agosto.
Fonte: O Alvoradense