O nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), foi citado mais uma vez na operação Lava Jato. Em depoimento no Conselho de Ética, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, confirmou o repasse de dinheiro vindo do esquema de propina na Petrobras.
Os pagamentos que Cunha recebeu teriam sido realizados em 2011 e 2012. O presidente da Câmara teria acertado o recebimento de US$ 5 milhões em reunião com o empresário Júlio Camargo. O próprio Fernando Baiano afirma ter entregado pessoalmente R$ 4 milhões para Eduardo Cunha.
Baiano é apontado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como operador de recursos para o PMDB no esquema de pagamento de propina em negócios irregulares envolvendo a Petrobras. Baiano confirmou aos deputados as informações iniciais prestadas por outros delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef e o empresário Júlio Camargo. De acordo com Camargo, Cunha cobrou o pagamento a Baiano de subornos atrasados no valor de US$ 15 milhões, para viabilizar a contratação de dois navios-sondas do estaleiro Samsung, representado no Brasil pelo empresário.
Eduardo Cunha negou todas as acusações. O advogado do peemedebista, Marcelo Nobre, contestou as declarações de Fernando Baiano a respeito do pagamento de propina, alegando que as acusações não tem a ver com o processo em tramitação no Conselho de Ética, que apura se o presidente da Câmara quebrou o decoro parlamentar ao afirmar não ter contas no exterior.
Documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a Cunha naquele país. O presidente da Câmara nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes e afirma ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior.
Fonte: O Alvoradense / Com informações da Agência Brasil