Dalvani Albarello, soldado do 24º Batalhão de Polícia Militar e presidente da Associação dos Policiais Militares do Rio Grande do Sul (APM/RS), está jurado de morte e, para proteger a família, levou a mulher e as filhas para longe de Alvorada na tarde desta quarta-feira (7).
Quem o ameaça são os líderes da facção criminosa V7, vinda da vila Cruzeiro, em Porto Alegre, tendo como aliada as facções dos bairros Jardim Ipê e Vila Jardim, que formaram o grupo Anti-Bala, facção conhecida por sua extrema violência e que dominou os bairros Stella Maris e Jardim Aparecida. Eles são apontados como responsáveis por chacinas e esquartejamentos registrados na cidade recentemente.
Conforme informações, a ordem foi dada via WhatsApp e o líder da V7 oferece R$ 10 mil de recompensa a quem executar o soldado. O motivo seria o bom trabalho desenvolvido pelo PM em Alvorada que nos últimos meses, com seus colegas de Patrulha Tático Móvel / Patamo, “estamos trabalhando de forma enérgica com a ações criminosas e indivíduos envolvidos no crime”, conforme relata o próprio Albarello que segue, “resultado destas ações de repressão ao tráfico, roubo de veículo e outros crimes, são as prisões, chegando até dois flagrantes em um turno de 12 horas de serviço e os índices que, por exemplo, baixaram no roubo de veículos de 80 mensais para 40, uma redução de 50%”, comemora.
“Então hoje fui surpreendido por colegas de farda, me trazendo a informação de que o grupo de criminosos do Jardim Aparecida liderados por um traficante que está preso pelo homicídio da soldado Cristiane, em Viamão, de 2005 para 2006, juntamente com a facção V7, planejam a minha morte. As informações são que me fotografaram em frente a minha casa”, conta o soldado.
O grupo V7 já o conhece desde as ações que ele realizava, também na Patamo, no complexo da Cruzeiro. Em agosto de 2010, quando servia no 1º BPM, em Porto Alegre, Albarello foi ameaçado de morte pelo autor de um funk intitulado “Revolta na Favela”. Na música, o funkeiro chama o soldado de “Amarelo”, apelido como é conhecido na vila Cruzeiro do Sul, no bairro Cristal.
Na ocasião, uma denúncia anônima levou a Brigada Militar a descobrir o funk, o que levou a Brigada Militar a deflagrar uma operação, com apoio do 1º Batalhão de Operações Especiais (1º BOE) e do Batalhão de Aviação na vila Cruzeiro do Sul. O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas Moreira, informou que desconhecia a situação. “Isso nos preocupa e já demos ordem para o comandante do CPM, coronel Altemir Silva de Lima, para que se inteire dos fatos e adote medidas de apoio ao soldado”.
O comando do 24º BPM de Alvorada, “está dando todo suporte possível ao Sd Albarello e sua família, sendo que o Comando Regional já foi cientificado da situação para a adoção das medidas pertinentes ao fato”, informou em nota ao jornal O Alvoradense.
“Acabamos ficando expostos. Mas é lamentavelmete o preço que nós, policiais que praticamos e pregamos o bem, e pensamos no bem de toda uma sociedade, pagamos. Acabamos pondo em risco o nosso bem maior, que é a vida para, na maioria das vezes, defender interesses, patrimônios e pessoas desconhecidas!”, diz Albarello.
E ainda complementa: “Mas, de tudo isso, não tenho medo, e o que me tranquiliza é saber que direta e indiretamente, praticamos o bem em prol das pessoas de bem”.
Fonte: O Alvoradense