Em visita técnica realizada na tarde de quinta-feira (04) ao Hospital de Alvorada, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) constatou as dificuldades enfrentadas pelos médicos e que colocam em risco a assistência. O Simers vai denunciar a falta de insumos básicos, exames e medicações que colocam o Hospital em situação de total precariedade ao Conselho Regional de Medicina (Cremers) e ao Ministério Público (MP/RS).
No local, Luciana Mesko, diretora da entidade, conversou com os profissionais que prestam serviço no plantão clínico adulto e infantil, bem como no obstétrico e na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. Ela ouviu os relatos dramáticos dos médicos, que enfrentam a falta de material para entubação, sondas, soro, antibióticos entre outros insumos básicos para o exercício da profissão. Também esteve em contato com membros do Conselho Municipal de Saúde (foto), que confirmaram a gravidade da situação.
“Realmente, a situação é calamitosa a ponto de os colegas não conseguirem um hemograma, que é o básico de um atendimento hospitalar. Ouvimos um relato de uma médica que precisou comprar medicação do próprio bolso e até mesmo folha de ofício para o registro das condutas. Temos que intervir, isso não pode continuar acontecendo. Vidas estão em risco e os médicos precisam de condições adequadas para o exercício de sua profissão”, pontua Luciana.
Desde abril a Associação Beneficente João Paulo II está à frente do Hospital de Alvorada. A mudança ocorreu após o rompimento do contrato com o Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) pelo Governo do Estado. “O que vemos é a piora drástica da situação, a precarização da saúde, condições de trabalho inadequadas e médicos sobrecarregados. Uma nova gestão que deveria melhorar a assistência e que não está ocorrendo”, lamenta a diretora.
Fonte: Simers