O Cerro das Almas, situado no município gaúcho de Capão do Leão, é um local repleto de mistérios e histórias que intrigam e fascinam. Seu nome é cercado por diversas lendas e relatos que despertam a curiosidade de todos que o conhecem.
Conta-se que em suas grutas escuras e úmidas, um cemitério de escravos se esconde, um lugar sombrio onde aqueles que tentaram fugir de seus cruéis senhores encontraram seu fim trágico. As correntes e grilhões que outrora aprisionavam os escravos parecem ecoar pelo tempo, deixando uma sensação inquietante para aqueles que ousam explorar esses recantos obscuros.
Entretanto, há quem diga que o Cerro das Almas não guarda os restos mortais dos escravos, mas sim de indígenas, antigos habitantes da região. Essas histórias falam de um cemitério indígena, onde as almas dos guerreiros descansam eternamente, protegendo seu território sagrado das profanações dos homens modernos.
Outras versões da lenda sugerem que os túneis do Cerro foram utilizados pelas tropas portuguesas durante as batalhas para expulsar os espanhóis da região. Soldados teriam se escondido nas profundezas das grutas, planejando emboscadas e estratégias para retomar o controle do território. Os vestígios dessas batalhas, dizem, ainda podem ser encontrados, para aqueles que sabem onde procurar.
Alguns ex-funcionários das empresas de mineração que operavam na região também contribuíram para o enigma do Cerro das Almas. Eles alegam ter encontrado trechos do lendário Peabiru, antiga via de comunicação que ligavam os Andes ao Oceano Atlântico. Além disso, inscrições rupestres gravadas nas pedras sugerem que o local foi habitado ou, ao menos, visitado por povos ancestrais que deixaram sua marca na história.
Essas histórias, sejam elas verídicas ou frutos da imaginação popular, conferem ao Cerro das Almas um ar de mistério que continua a cativar exploradores e curiosos. Cada lenda, cada relato, é um convite para desvendar os segredos que este enigmático lugar esconde. E, talvez, ao caminhar por suas trilhas e grutas, possamos sentir as almas que deram nome a este cerro sussurrando suas histórias perdidas no vento.
Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.