O termo “gaúcho pelo duro” carrega consigo uma aura de respeito e reverência pelas tradições mais enraizadas do povo do Rio Grande do Sul. Ele representa muito mais que a simples descrição de uma pessoa; evoca uma identidade, uma postura diante da vida, moldada pela luta contra as intempéries da terra e o passar do tempo.
Imaginemos João Pedro, um homem nascido e criado nas coxilhas, cavalgando ao amanhecer com o chapéu firme na cabeça, as bombachas batendo nas botas já gastas de tantas jornadas. João é, como dizem por lá, “pelo duro”. Não se trata apenas de sua aparência rústica ou de sua força física, mas da alma resistente que carrega. Assim como a lã bruta de uma ovelha que resiste ao vento e à chuva, João carrega consigo o espírito de seus antepassados, homens e mulheres que desbravaram o pampa com coragem e perseverança.
Um “gaúcho pelo duro” como João não é influenciado pelas modas passageiras ou pelas facilidades da vida moderna. Seu dia começa cedo, preparando o mate enquanto o fogo crepita no fogão a lenha. Ele não se importa com o relógio ou com as inovações tecnológicas que chegam à cidade; o que importa para ele é a simplicidade da vida no campo, o respeito aos ciclos da natureza e a honra de manter vivo o legado que recebeu.
Na roda de chimarrão, o “pelo duro” se destaca por sua sabedoria prática e o senso de justiça. Não é alguém que se curva facilmente; tem a palavra firme e os valores que aprendeu de seu pai e avô. No fundo, ele é uma resistência viva contra o esquecimento das tradições, um baluarte que mantém acesa a chama da cultura gaúcha.
Ser chamado de “gaúcho pelo duro” é um elogio que exalta a persistência e a autenticidade. Esse termo descreve aquele que, mesmo em tempos de mudanças e modernizações, não abandona sua essência. Ele é como o couro curtido pelo tempo, forte e inabalável, mas com uma nobreza que só quem conhece as agruras da vida campeira pode carregar.
Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.