Dois policiais militares foram presos na tarde de hoje acusados de pertenceram a um grupo de extermínio com atuação em Alvorada. Segundo o delegado da 1ª Delegacia de Policia, Paulo Costa Prado, outras seis pessoas faziam parte do grupo, entre eles um comerciante, que também foi detido hoje, e outros dois policiais presos na terça-feira. Os demais acusados também são policiais, entre eles uma mulher, e ainda não tiverem a prisão preventiva solicitada.
Os PM’s presos hoje estavam na ativa, prestando serviços internos, e durante os depoimento afirmaram que só vão se pronunciar em juízo. A principal acusação é a autoria de uma chacina em 13 de julho do ano passado em Alvorada, quando quatro pessoas foram mortas. Na época, dois homens que teriam sido torturados pelos policiais dois meses antes estariam dispostos a denunciar o grupo. Para liquidar com as testemunhas os policiais simularam uma ação no estabelecimento do comerciante que foi preso hoje. As outras duas vítimas da chacina seriam pessoas comuns que foram confundidas. “Eles possivelmente estavam na hora errada no local errado”, sugeriu o delegado.
A operação de investigação da Policia Militar aconteceu em conjunto com a corregedoria da BM. Segundo eles, o grupo agia como “justiceiros” e suas vítimas tinham na sua maioria passagens pela polícia.
Outro crime teria acontecido em fevereiro do ano passado, quando Fabiano Almeida da Silva foi morto após entrar em um suposto confronto com os policiais. Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira o delegado Paulo Costa Prado, que estava acompanhado pelo adjunto Vagner Dalcin e o tenente-coronel Jairo Oliveira Martins, afirmou que ainda não é possível precisar o número exato de vítimas, mas trabalha-se com o número inicial de seis ou sete.
Grupo participou de protestos dos PMs
Segundo o delegado Prado, o grupo é suspeito ainda de ter instalado um artefato próximo ao Palácio Piratini no ano passado, além de atearem fogo em pneus em frente à prefeitura de Alvorada. As ações fizeram parte de uma série de protestos dos policiais militares pelo estado em busca de aumento salarial. Na época um vídeo chegou a ser veiculado pela TV Record com ameaças contra o governador Tarso Genro. O material também seria de autoria dos mesmos policiais presos hoje.
Fonte: Jonathas Costa / O Alvoradense