A conta da greve não pode ser cobrada do povo

A cidade vive há uma semana um cenário de incertezas, repleto de acusações para todos os lados e sem serviços básicos sendo oferecidos em sua plenitude. Postos e escolas fechados ou com atendimentos parciais, bloqueios sistemáticos na principal avenida do município em dias e horários variados. Os prejuízos para a cidade são muitos.

É inegável o direito do trabalhador de buscar seus direitos. É igualmente compreensível – ainda que por vezes não aceitável – que algumas lutas acabem por interferir na vida de terceiros. Uma cidade viva, heterogênea, composta por interesses de toda ordem, entra em conflito uma hora ou outra. É saudável para nossa recente democracia que tenhamos episódios desta natureza. Crescemos todos juntos. Aprendemos diariamente com nossos erros e acertos.

Há, contudo, que se pensar na ponta de todo este processo. É inadmissível que a cidade seja prejudica por meros interesses políticos seja de que for. A prefeitura acusa o sindicato, que devolve mais acusações para o governo. Para a senhora que amanheceu na porta do posto de saúde no Umbu na tentativa de conseguir uma ficha e saiu de lá sem perspectiva de ser atendida, não interessa tais acusações. Se servidores e governo possuem cada qual sua parcela de responsabilidade nesta greve, nos parece que cabe ao Poder Público encontrar uma solução definitiva para o fim do imbróglio. Afinal, os impostos são pagos para a prefeitura e não aos municipários.