Se tem uma coisa que o gaúcho sabe, é que a nossa cultura é rica e diversa e isso se deve, em grande parte, à contribuição valiosa dos negros na formação do nosso povo. Na vastidão das pampas, onde a tradição trova e o chimarrão circula entre amigos, a história dos negros ecoa forte e clara, repleta de nuances que moldaram, não só o modo de viver, mas também a essência da alma gaúcha.
Música e dança
Não podemos esquecer que a expressão musical gaúcha é impregnada de ritmos que nos falam de luta e alegria, como o samba de roda e as danças que trazem a influência africana. O fandango, por exemplo, é uma dança típica que carrega em seus passos o ritmo e a cadência das tradições negras. As canções que embalam nossas festas têm a marca do batuque ancestral, entrelaçando as vozes do passado com nossas cantorias.
Gastronomia
Na culinária, a influência africana se manifesta em pratos que aquecem a alma. A carne de panela com polenta e o clássico arroz de carreteiro se misturam às tradições culinárias que têm raízes na cozinha africana, trazendo sabores que falam de resiliência e criatividade. O quebrado com couve e as delícias da época das colheitas são exemplos de como a fusão de culturas enriqueceu nossa mesa.
Festa e comunidade
As festas populares, como a Festa Junina e o Carnaval de Rua, têm a marca da mistura cultural, onde a alegria e a convivência entre as diferentes etnias se manifestam de forma harmônica. Nesses momentos, a união do povo, seja na dança, na música ou na confraternização, nos recorda que a diversidade é o que nos fortalece.
Construção da identidade
Na vida cotidiana, o negro sempre fez parte da lida, compondo as estâncias, trabalhando lado a lado com os gaúchos. Por meio da força e da bravura, contribuíram para o desenvolvimento econômico e social das comunidades. A figura do trabalhador rural negro, sempre presente, é uma peça chave na formação da identidade gaúcha.
Respeito e reconhecimento
Portanto, ao falarmos sobre a cultura gaúcha, é imprescindível reconhecer e respeitar a influência dos negros. Eles são parte indissociável da nossa história e da nossa formação cultural. Como gaúchos, temos a responsabilidade de celebrar a diversidade que nos une e reconhecer que, em cada canto de nosso Rio Grande, a mistura de tradições nos faz mais fortes.
E assim, seguimos com o mate na mão e o coração aberto, valorizando cada elemento que constitui a riqueza do nosso ser gaúcho. Afinal, como se diz por estas bandas, “o que é bom se multiplica”. E que a história, sempre viva, continue a ser honrada em cada batucar, em cada paladar e em cada sorriso.
Texto escrito em parte com a ajuda da IA (Inteligência Artificial)
Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.