Bueno, vivente, sente que lá vem história! Depois de dez anos de peleia braba, de lanças cortando o vento e de sangue se misturando com o barro dos pagos, a Revolução Farroupilha chegou ao seu fim. No dia 1º de março de 1845, firmou-se a Paz de Ponche Verde, um acordo que fez os farrapos darem um mate amargo e aceitarem o retorno ao Império do Brasil, sob o mando de D. Pedro II.
A coisa não foi fácil, tchê! Por uma década, os gaudérios que vestiam a pilcha farroupilha brigaram como galo de rinha contra o governo imperial. No lombo dos cavalos, com a lança firme na mão e o lenço colorado no pescoço, eles chegaram a proclamar a República Rio-Grandense e até meteram banca com moeda própria. Mas a batalha é que nem ronda de bailanta: uma hora cansa, e o tranco tem que mudar.
Foi então que se chegou num acordo. O Império garantiu anistia aos rebeldes, incorporou os oficiais farroupilhas ao Exército Imperial e prometeu acabar com o recrutamento forçado. Além disso, se comprometia a pagar os soldos atrasados e garantir que os escravos libertos pelos farrapos continuassem livres. Não foi bem o trago doce que os revolucionários queriam, mas era melhor do que ver o povo seguir minguando na guerra.
No mais, a Paz de Ponche Verde selou um capítulo da nossa história. Os farrapos voltaram para casa, sem terem alcançado a tão sonhada independência, mas com a honra intacta. E assim, o Rio Grande seguiu sendo parte do Brasil, mas sem nunca largar o espírito de quem nasceu para ser livre, forte e campeiro.
E como se diz por aqui: o pago pode mudar, mas o sentimento farroupilha segue galopando forte na alma do gaúcho!
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Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.