ABV transfere mando de campo para Gravataí

Sem ter como jogar nem treinar do Ginásio Municipal, jogos da equipe foram transferidos para outras cidades | Foto: Jonathas Costa / OA

Que o futebol é o esporte mais importante do país todo mundo já está cansado de saber. Mais visto que o vôlei, mais grandioso que o hugby, mais assistido que o estreante MMA, o clube das chuteiras soube dar valor à herança dos ingleses, que foram os grandes responsáveis por esse esporte estar na cabeça dos brasileiros.

Das atividades que possuem a bola no pé, não só o futebol se faz presente na vida dos atletas. O futsal e o futsete mostraram que também sabem engrenar ídolos, como o jogador da seleção brasileira Falcão e outros que nasceram dessas categorias e hoje brilham nos campos com 22 jogadores. Exemplos deles são o jovem Neymar, Robinho, Ronaldinho Gaúcho. Formar atletas, iniciar um time, disputar campeonatos, todas essas tarefas re-querem muita dedicação e trabalho. E tudo seria mais fácil se o time da sua cidade obtivesse o apoio incondicional da entidade mais importante do município: a prefeitura.

O ABV de Alvorada é um clube de Futebol de Salão que lutou e cresceu com suas próprias forças. A história do time começou como uma Associação do Bairro Bela Vista, que já possui 24 anos. Em apenas um ano, o ABV passou para as categorias profissionais de sua modalidade, já podendo disputar a Série Prata do Campeonato Gaúcho de Futsal.

No domingo passado, dia 1º, a equipe disputou o primeiro jogo do campeonato enfrentando o AGF. O mais triste em toda essa movimentação é que os jogadores não podem competir na sua cidade, tendo que partir para os municípios vizi-nhos para se apresentar ao campeonato. É o que acontece com o ABV. O time vai para Gravataí estrear na série B do Gauchão.

Os únicos representantes da cidade de Alvorada em um campeonato profissional ainda dependem de aluguéis de quadras para realizarem seus treinos. O presidente do clube, Diego Amaral, de 27 anos, relata que é muito difícil reunir a sua equipe e conseguir realizar 100% dos seus exercícios junto aos seus jogadores. “Quando conseguimos uma horinha no Ginásio Municipal, sempre somos interrompidos por meia dúzia de pessoas que querem usar. E muitas vezes sem fins profissionais” relata Amaral, que reclama da falta de apoio da prefeitura da cidade, que não cede lugares para o ABV realizar suas tarefas.  “Além da prefeitura, a Secretaria de Cultura, que cuida do Ginásio, não abre espaço para a prática esportiva. O local é usado mais para feiras e apresentações do que para jogos sérios”, conclui o presidente da ABV.

Ainda segundo Amaral, o Ginásio apresenta vários problemas de infraestrutura. Vestiários pequenos e sem chuveiro, piso de parquê em falso e arquibancadas que não estão fixas são algumas das reclamações dos atletas. A equipe se sustenta com seu esporte. São dois profissionais da área de Educação Física e um massagista. Todos os atletas são remunerados com o auxílio dos patrocinadores do clube, que hoje mantêm a equipe devidamente uniformizada. Segundo Amaral, a Secretaria de Juventude e Esportes ajuda como pode a equipe, marcando reuniões e tentando arrumar locais para a prática de treinos.

O impasse acaba desperdiçando uma oportunidade de treinamento para a cidade que ainda tenta ser subsede de treinamentos da Copa de 2014.  Ainda assim, por mais que os problemas persistam, o ABV segue na luta por reconhecimento e auxílio, e busca a sua primeira taça para a cidade de Alvorada. A prefeitura foi procurada pela equipe de reportagem d’O Alvoradense; no entanto, não houve manifestação até o fechamento desta edição.

 

Fonte: Laura Toscani / O Alvoradense