Água usada em adulteração do leite continha coliformes fecais

Sítio em Ibirubá onde água de poço foi coletada | Foto: MPRS / Divulgação / OA

O Ministério Público (MP) divulgou no final da tarde desta terça-feira o laudo emitido pelo laboratório de análises físico-químicas e microbiológicas da Univates sobre o a água do poço artesiano utilizado para fraudar o leite em Ibirubá, no Noroeste do Estado.

Segundo o parecer, a água apresentava coliformes fecais, bem como a ausência de cloro, o que significa que não era própria para consumo humano.

A amostra de água foi coletada durante a Operação Leite Compensado, deflagrada na semana passada. Cinco empresas são investigadas por adulterarem o leite cru, que é entregue para as indústrias. 

De acordo com o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, “ocorreu uma dupla fraude, porque, além das substâncias como ureia e formol, a água utilizada também era imprópria para o consumo”.

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Controle de qualidade
Também nesta terça-feira, ocorreu a primeira audiência entre a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e a indústria VRS, responsável pelas marcas Latvida, Só Milk, Roman e Goolak para ouvir esclarecimentos.

A empresa recebeu prazo de 20 dias para se manifestar a respeito das propostas apresentadas, como maior controle da atividade dos transportadores e dos produtores, bem como do leite cru que chegar à indústria, além da comprovação da calibragem periódica dos equipamentos utilizados no laboratório de análise do produto e a ampliação dos testes para detecção de fraudes.

A reunião foi um início das tratativas para a possível assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que deve prever também indenização por dano moral coletivo e ressarcimento aos consumidores que possuem unidades dos lotes contaminados ainda em casa ou a nota de compra.

Ainda segundo o Promotor de Justiça que presidiu o encontro, a empresa apresentou documentação dizendo que as condições de higiene que motivaram a interdição da empresa foram sanadas. No entanto, uma nova vistoria deverá ser realizada pela Secretaria Estadual da Agricultura.

Nos próximos dias, as indústrias responsáveis pelas marcas Italac, Líder e Mumu serão chamadas para outras audiências.

Fonte: O Alvoradense