Três alunos da Escola e Faculdade Luterana São Marcos foram selecionados para participar da Feira de Ciência e Tecnologia (Cientec) que ocorrerá entre os dias 17 e 21 de novembro, em Lima, capital do Peru. Eles vão competir com o projeto que trata das causas e consequências das cheias do Arroio Feijó.
Faltando menos de um mês para a viagem, os estudantes ainda lutam por patrocínio, já que o custo da viagem é alto, mas um investimento que poderá dar o reconhecimento internacional ao trabalho desses três alvoradenses.
Na introdução de seu projeto os autores Letícia Gomes, 15 anos, Francyelle Viana, 16, e Iago Kullmann, 16, demonstram sua preocupação com a repercussão negativa nas comunidades de Alvorada e cidades vizinhas em função das enchentes causadas pelas cheias do arroio que tem 15 km de extensão.
A região ao seu redor é habitada por uma população de baixa e média renda. Avalia-se que próximo a ele exista em média 45 vilas, somando 205 mil pessoas nas três cidades por onde percorre, Alvorada, Viamão e Porto Alegre.
Letícia contou que o trabalho foi dividido em duas etapas distintas. Na primeira, foram realizadas pesquisas através da internet, blogs, artigos e jornais. “A partir daí fomos levantando dados sobre as enchentes, suas causas, consequências e possíveis soluções”. O grupo fez diversas visitas ao Arroio para observação, obtenção de fotos e coleta da água para análise ocular.
A intenção agora é fazer um trabalho de campo junto aos atingidos pelas enchentes e saber suas necessidades. “É um trabalho aberto, inacabado. Nosso objetivo é desenvolver soluções, projetos que amenizem os impactos destas enchentes na sociedade. Acho que existe uma falta de consideração com um problema tão sério dentro de nossa cidade”. O jovem Iago vai mais longe, lamenta que projetos como a construção do dique ainda não tenham saído do papel. Para ele, a postura de alguns políticos ajuda para que a comunidade enxergue o arroio como uma espécie de lixão. “Eles falam que querem melhorar o Arroio, mas colocam placas de propaganda política na beira”. E Francyelle Vianna finaliza: “Nada se faz para mudar o sofrimento dessas comunidades”.
Em busca de apoio
O projeto já foi apresentado junto a III Mostra Marcos, dentro da própria escola, na VIII MostraClack no Colégio Arthur Konrath e na Feira de Ciências e Inovação do MCT-PUCRS. Foi a MostraClak que oportunizou aos alvoradenses a participação na Feira do Peru, juntamente com outros três trabalhos do Estado. “A delegação gaúcha é formada por 17 pessoas”, contou a professora Greici Alves Antunes que juntamente com a professora Marta Machado Kraemer orientaram o trio.
Greici se diz muito orgulhosa dos alunos e garante que não vai medir esforço para levá-los à competição no Peru. “Eles fizeram um trabalho baseado na metodologia científica, muito bem embasado, merecem reconhecimento” , diz orgulhosa. Diversas atividades como rifas de bicicleta, cesta de guloseimas e show de talentos têm sido organizadas com objetivo de arrecadar fundos para cobrir as despesas dos estudantes para a viagem. “A escola vai custear a passagem do professor acompanhante, mas os alunos têm de ir por conta”.
Ela estima em R$ 3,5 mil por aluno as despesas. Uma das ideias é fazer um uniforme para os três jovens com espaços destinados a empresas que apoiam o projeto dos alunos. “Vale a pena porque é o nome de Alvorada que estará sendo levado para fora”.
Fonte: Josélia Sales