Alvorada encerra estudo que mapeia ISTs no Estado

Equipes do Projeto Atitude aplicam questionários e coletam material para exames de HIV, sífilis e hepatites B e C

Foto: Divulgação / Hospital Moinhos de Vento / OA

O Projeto Atitude, estudo pioneiro coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento para mapear o comportamento, as práticas e os cuidados da população gaúcha em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), está em Alvorada.

Por cerca de duas semanas os alvoradenses serão visitados pelas equipes que estão recrutando voluntários para a pesquisa. Além de responder a questionários, os participantes serão testados para HIV, sífilis e hepatites B e C.

O principal objetivo é identificar os motivos do Rio Grande do Sul estar em primeiro lugar nos casos de HIV e outras ISTs no país.

É a primeira vez que uma pesquisa desse tipo acontece no País e o Projeto Atitude deve entrevistar, ao todo, 8,2 mil pessoas no Estado. Conforme a epidemiologista Eliana Wendland, que lidera o projeto, a estratégia é facilitar o acesso das pessoas aos testes sorológicos. “Responder a essas entrevistas é fundamental para a identificação de grupos de maior risco e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações”, explica.

Projeto Atitude

O Projeto Atitude está em sua fase final e Alvorada é o último dos 56 municípios gaúchos visitados pelo projeto. A coleta de dados iniciou em dezembro de 2020. As equipes — compostas por entrevistadores e um coletor de amostras biológicas — foram treinadas e os entrevistadores profissionais estão identificados com colete e crachá com foto e um QR Code, que pode ser scaneado pelas pessoas visitadas. Também é possível conferir a identidade dos pesquisadores pelo telefone (51) 3537.8092 e pelo WhatsApp  (51) 995.507.420.

Mortalidade no RS

Dados da Secretaria Estadual da Saúde de 2019 indicam que o Estado apresenta a maior taxa de mortalidade por Aids no país, com nove óbitos por 100 mil habitantes — a média nacional é de 4,8 óbitos.

Já a taxa de infecção de HIV em gestantes também é a maior do Brasil, com 9,5 casos para cada mil nascidos vivos — sendo em 2,8 o indicador nacional. O RS tem a segunda maior taxa de detecção de sífilis adquirida no país, com 116 casos por 100 mil habitantes — o indicador nacional é de 58 — e a terceira maior incidência de sífilis congênita em menores de um ano, com 14,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, quando a taxa brasileira é 8,6.