O estudo “Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres”, divulgado na segunda-feira (9) mostra que Alvorada possui a terceira maior taxa de homicídios de mulheres da região Metropolitana de Porto Alegre. São 6,9% de casos a cada dez mil mulheres.
O levantamento aponta ainda que no quinquênio de 2009 a 2013, foram 35 casos de mulheres assassinadas na cidade. Realizada pelo sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, a pesquisa leva em consideração um período de cinco anos para se obter a taxa média devido a oscilação de número de casos em cidades menores. Apenas municípios com população feminina superior a 10 mil são analisados.
Casos no País
Os maiores índices de homicídios de mulheres são registrados nos pequenos municípios, e não nas capitais. A cidade de Barcelos (AM), com uma população feminina média de 11.958, registrou 45,2 homicídios por dez mil mulheres e é o primeiro da lista. Nenhuma capital aparece no ranking das 100 cidades com maiores taxas. A primeira capital na lista é Maceió (Alagoas), em 126º lugar, que registrou uma taxa de 9,8% homicídios de mulheres por 100 mil. No ranking nacional Alvorada ocupa a posição 313º entre as cidades com maior taxa de homicídios.
Em todo o País, entre 1980 e 2013 foram assassinadas 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. O Brasil tem uma taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avaliaram um grupo de 83 países. Enquanto o número de homicídio de mulheres brancas caiu 9,8%, os casos envolvendo mulheres negras cresceram 54,2%.
GT vai diagnosticar Rede Lilás
Um grupo de trabalho (GT) formado por vários segmentos do município vai realizar visitas e coleta de informações para um diagnóstico da ação da Rede Lilás em Alvorada. O GT é composto pela titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Luciana Caon; pelo Juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude, Roberto Coutinho; coordenadora da Secretaria de Direitos Humanos, Roseli Fanezzi; secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social, Airton Alminhana e representante da Saúde Clarissa Troyano.
A intenção é também qualificar os participantes sobre os serviços prestados pela Rede Lilás, sendo que as informações farão parte de um relatório de diagnóstico sobre os serviços de combate à violência e proteção às mulheres vítimas de violência da comissão especial dos direitos à mulher, coordenada pela ex-prefeita e deputada Estadual Stela Farias, que esteve na cidade para reunião que formou o GT.
Rede Lilás
A Rede Lilás foi criada para agilizar os serviços públicos e ações de segurança de mulheres e meninas. Desta forma todos os instrumentos de combate à violência ficam interligados, potencializando os resultados, o que inclui órgãos de segurança, saúde, educação, assistência social e justiça. Em Alvorada é formada pela Delegacia da Mulher, Fórum, Secretarias de Direitos Humanos, Saúde e Assistência Social.
Fonte: O Alvoradense