Bares e restaurantes de Alvorada registram queda de até 70% no faturamento

Enquanto alguns proprietários tentam se adaptar, outros decidiram encerrar as atividades

Restaurante reduziu faturamento em 70%

Diversos setores da economia foram fortemente impactados pela pandemia do novo coronavírus. O necessário isolamento social, assegurado por diversos especialistas e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) como a forma mais eficaz – até agora – para frear o avanço do vírus, também traz diversos efeitos colaterais.

Ainda que estas consequências atinjam toda a cadeia produtiva do país, são os pequenos comerciantes que primeiro sofrem com os prejuízos. E o setores de alimentação tive que lutar para se reinventar a tempo de evitar fechar as portas.

Proprietária do Pappasito’s Restaurante e Casa de Festas, no bairro Maringá, Michele Muller enfrenta uma queda vertiginosa no número de clientes. “Nossa média diária era de 160 pratos, hoje atendemos 30 clientes”, revela. Proprietária do restaurante ao lado de Daniel Bonho, Michele passou a atender na modalidade de tele-entrega durante o período de proibição de funcionamento.

Agora, com as portas abertas, os proprietários implementaram diversas adequações sanitárias. O buffet foi fechado e um funcionário passou a servir os clientes. As mesas foram espaçadas e foi adotado a utilização de copos descartáveis, além da higienização constante do local e da disponibilidade de álcool em gel.

Mas sem conseguir rever a queda de 70% no faturamento, Michele e Daniel tiveram que reduzir o número de funcionários pela metade. Questionada sobre o futuro, diz que vai aguentar até onde der. “Este mês era para ser melhor e não foi. Estamos com o aluguel atrasado e sem possibilidade de negociação com o proprietário. Seguimos abertos só para comer, mesmo”.

Vende-se

Um dos locais mais tradicionais da boêmia avenida Maringá, o Boteco do Neco encerrou a história de oito anos do espaço que consagrou-se pela comida com toque caseiro e diversificadas atrações culturais.

Os proprietários Joana Canaparo e Jean Ávila, o Neco, passaram a realizar tele-entregas de mocotó para ajudar a pagar as contas, mas o destino do boteco está selado: o espaço está à venda.

“Essa situação pegou a todos de surpresa. Temos que nos reinventar “, avalia Joana, ao revelar que o casal deve trocar de ramo.

Ele acredita que a pandemia traz novas possibilidades, mas reconhece que muitos empresários não veem mais saída. “Há um bom mercado para novos negócios, alguns até mesmo prosperando. Queremos mudar nosso estilo de vida e este nos parece ser o momento adequado”, pondera.