O número de brasileiros diagnosticados com câncer de cólon e reto no ano de 2022 chegou a 45.630. O dado informado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que a doença é uma das mais comuns entre os pacientes oncológicos e, por isso, merece a atenção da população. As autoridades de saúde ressaltam a importância de se manter informado para reconhecer os sintomas e buscar ajuda quando for preciso.
De acordo com o Inca, do total de diagnósticos dados no ano passado, 23.660 foram para pacientes do sexo feminino, o que corresponde a 51,8%. Entre as mulheres, o câncer de cólon e reto é o segundo tipo mais comum, atrás apenas do câncer de mama, que registrou 73.610 novos casos ao longo do ano passado.
O câncer de cólon e reto também é o segundo tipo mais comum entre os homens. Só no ano passado, foram 21.970 pacientes diagnosticados. A doença só não foi mais frequente do que o câncer de próstata, que atingiu 71.730 pacientes.
A alta incidência evidencia a importância de entender o que é a doença, como ela se manifesta, quais são os cuidados necessários, os tratamentos disponíveis e as formas de prevenção.
O que é o câncer de cólon e reto?
Também chamado de câncer colorretal, é uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de tumores malignos no intestino. Isto pode ocorrer a partir da presença de lesões benignas na parede do intestino grosso, como os pólipos, conforme explica o Inca. No entanto, não são todos os casos da doença que têm esta origem.
Há diferentes tipos de câncer de cólon e reto. As denominações são dadas de acordo com as características dos tumores, como informa o Instituto Oncoguia. Aqueles que se iniciam nas células produtoras do muco responsável por lubrificar a região do cólon e do reto são chamados adenocarcinomas.
Os tumores carcinomas se iniciam nas células produtoras de hormônio. Os linfomas, nas células linfáticas. E os sarcomas, nos vasos sanguíneos, no tecido muscular ou no tecido conjuntivo da região. Este último é o tipo mais raro, enquanto os adenocarcinomas são os mais comuns.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
O câncer de cólon e reto é tratável e curável. A Sociedade Brasileira de Coloproctologia destaca que as perspectivas do paciente são muito mais positivas quando a doença é descoberta na fase inicial. Além de aumentar as chances de cura, o diagnóstico precoce oferece uma melhor qualidade de vida durante o tratamento.
Muitas vezes, a doença evolui de forma silenciosa. Por isso, é necessário redobrar os cuidados com a saúde. Com o passar do tempo, o paciente pode manifestar dores abdominais, alterações intestinais, presença de sangue nas fezes, aumento da frequência de evacuação, porém de forma não satisfatória, permanecendo a sensação de que não houve o esvaziamento completo.
Ao sentir os sintomas, a orientação é procurar ajuda médica. O diagnóstico preciso é dado através do exame de colonoscopia, que possibilita uma avaliação endoscópica do intestino grosso e do reto.
O tratamento primário é a cirurgia para retirada do tumor, que pode ser feita pelo coloproctologista, o cirurgião geral ou cirurgião oncológico. Posteriormente, podem ser necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia.
Na maioria das vezes, o acompanhamento do paciente é multidisciplinar. O médico coloproctologista é especializado no diagnóstico e no tratamento de doenças do intestino grosso. O cirurgião geral, como o próprio nome já diz, é especializado na área de cirurgia geral, sendo responsável por diversos tipos de operações. Já o cirurgião oncológico é especializado nas cirurgias de pacientes com câncer.
Fatores de risco e prevenção
Alguns fatores podem propiciar o desenvolvimento do câncer de cólon e reto, como alerta a Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Dentre eles estão a idade a partir dos 50 anos, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, alimentação gordurosa e baixo teor de cálcio.
Para prevenir o câncer de cólon e reto, os profissionais de saúde recomendam manter hábitos alimentares saudáveis com a ingestão de fibras, frutas e legumes. Também é importante beber água e praticar atividade física regularmente. Bebidas alcoólicas e cigarro devem ser evitados.
Além disso, a presença de pólipos intestinais exige cuidados por conta da possibilidade de a lesão benigna, quando não cuidada, dar origem a um tumor maligno. Dessa forma, a prevenção à doença inclui uma rotina de acompanhamento quando há a detecção de pólipos.