Centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa

Imagem: Reprodução / OA

Neste pago de céu aberto e alma antiga, onde o vento canta milongas nos galpões da memória, o tempo nos brinda com duas marcas eternas: os 100 anos de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa — dois marcos que se entrelaçam como mate quente e prosa boa.

Darcy, voz campeira que brotou do chão sulino em 1925, não foi apenas homem — foi eco. Eco das madrugadas nas estâncias, da risada solta no galpão, do silêncio respeitoso diante de uma história bem contada. No rádio, sua fala era ponte entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente. Fez da comunicação uma gaita velha afinada com o coração do povo.

E o Grande Rodeio Coringa, que hoje completa sete décadas, foi o seu palco de estrelas, onde a alma gaúcha dançava com liberdade. Um rodeio de vozes, de causos, de sonhos. Um reduto onde o Rio Grande se ouvia, se reconhecia e se emocionava. Onde a tradição vestia bombacha e se fazia verso.

Cem anos de nascimento. Setenta de saudade viva. Darcy e seu Rodeio seguem vivos nos rincões da lembrança, na roda do mate, nos versos de galpão. São parte da história que não se apaga, porque nasceu da essência — e a essência, essa nunca morre.

Que os ventos da querência sigam soprando forte, levando adiante essa herança de palavra e sentimento.

Viva Darcy Fagundes. Viva o Grande Rodeio Coringa. Viva o Rio Grande do Sul.