Sobre a situação da Escola de Educação Infantil Floresta Mágica, e a recente denúncia de abandono por parte da mantenedora, Colégio Êxito, a diretora Laura de Andrade, em entrevista, esclarece vários pontos que, segundo ela, foram expostos de forma equivocada e desmedida por um veículo de imprensa local.
Laura relembra que procurou a Prefeitura ainda em final de 2018 para desenvolver o projeto social da instituição. Na ocasião disse que ofereceria ao município 120 vagas totalmente custeada pelo Colégio. A Prefeitura ofereceu como contrapartida o espaço Florestan Fernandes, que seria liberado para ocupar outro prédio que a Prefeitura havia comprado. Dessa forma, o Decreto Municipal 013/2019 cede parte do prédio do Centro Florestan Fernandes para a instalação da escola de educação infantil para crianças de quatro e cinco anos, que foi inaugurada em 18/03. O objetivo era ajudar o município a reduzir o déficit de vagas que coloca Alvorada em penúltimo lugar nas metas do Plano Nacional de Educação.
Em fevereiro, antes da inauguração foram investidos mais de R$ 30 mil em obras para deixar o prédio em condições de uso. Segundo a diretora, existiam diversos vazamentos, não havia PPCI, extintores, grama alta, problemas na rede elétrica, falta de pintura etc. “Sempre que estragava alguma coisa éramos nós que arrumávamos, pois dividíamos o espaço com o pessoal dos cursos oferecidos no local. A garantia do prefeito Appolo era que, até junho daquele ano (2019), o prédio seria exclusivo para a instituição, o que acabou não acontecendo”, relata Laura. Mesmo assim a escola atendeu 146 alunos naquele ano.
Somente em janeiro de 2020, o Decreto Municipal 016/2020 cedeu completamente o prédio ao Êxito, que ainda no início do processo, havia entrado com o pedido de autorização de funcionamento junto ao Conselho Municipal de Educação (CME) e iniciado mais uma série de reformas, como dos banheiros, telhados, claraboia com vazamento, instalação de extintores de incêndio, reforma da rede elétrica nova, pracinha, mesas e cadeiras.
Enquanto isso, relembra Laura, a grande preocupação era com o Plano de Prevenção e de Combate a Incêndio (PPCI) do prédio, que a Prefeitura não havia providenciado e tampouco permitiu que a instituição o fizesse. “Não fizeram e não nos deixaram fazer: foram muitos os pedidos das plantas do prédio, inclusive por ofício, documento necessário para que pudéssemos agilizar o processo, contudo nunca recebemos um retorno positivo“. O mesmo aconteceu recentemente, quando toda a rede elétrica foi roubada e não nos forneceram a planta para realizar o conserto. “Nós somos cobrados como empresa privada das nossas obrigações e, enquanto isso sabemos que vários prédios públicos não tem PPCI e nem acessibilidade”, lamenta a diretora.
Pandemia
Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, as aulas foram liberadas somente a partir de 26 de outubro para os alunos de zero a três anos e em novembro para os de quatro e cinco.
Contudo, sem o PPCI, não foi emitida a autorização do Conselho nem mesmo do Centro de Operação de Emergência – COE Municipal, relativo ao retorno às atividades durante a pandemia. “Foi quando transferimos as aulas da Floresta Mágica para o Colégio Êxito, onde a documentação está em dia e dependemos somente de nós para resolver os problemas”.
Reunião
No período anterior às eleições municipais, a diretora Laura participou de reunião com a secretária de Educação, Ana Brunetta, e o presidente do CME, Elomar Feijó, quando relatou os problemas do prédio, principalmente com relação ao roubo da fiação e os demais problemas. Na oportunidade a informaram que, somente após a eleição, teriam um posicionamento. Mais tarde, a secretária Brunetta disse que não havia mais interesse, por parte da Prefeitura, para seguir com a cedência “sem maiores detalhes”.
Frente a esta resposta, Laura pediu reunião com o prefeito Appolo, que aconteceu na última terça-feira (22) “quando ele disse que iria verificar a nossa permanência apenas em janeiro”, conta a diretora. No entanto, segundo Laura de Andrade o tempo da Instituição não é o mesmo dos órgãos públicos e a resposta a comunidade é necessária.
Por fim, Laura esclarece que, hoje, a responsabilidade relativa ao funcionamento da escola é da Prefeitura. “Se não podemos atuar é porque não providenciaram o PPCI ou nos encaminharam o projeto da elétrica”. Lembra, ainda, que a instituição nunca recebeu recurso da Prefeitura e que arcou com todas as despesas da escola.
Formatura
Ainda assim, apesar de todas as dificuldades e contratempos, a Floresta Mágica concluiu o ano atendendo 126 crianças.
“Houve atividade final, com as famílias, e formatura de gabinete, com os pequenos vestidos de acordo e distribuição de presentes de Natal”, registra a diretora.
Agora, diante dos desdobramentos junto à Prefeitura, a diretora diz que “não gostaria de oferecer estas vagas fora de Alvorada, no entanto, outras prefeituras já ofereceram espaços“, dessa forma, está no aguardo da Prefeitura ainda esta semana, visto que o Prefeito considerou conversar no inicio de janeiro.