A recente enchente histórica que assolou a quase totalidade do território do Rio Grande do Sul nos trouxe a real dimensão de algo que os cientistas ambientais já vem alertando há décadas: nosso Planeta já entrou em um cenário de Emergência Climática, fato que exige mudanças drásticas no nosso modo de viver nas cidades. Nesse sentido, os eventos meteorológicos da última década têm nos mostrado que os eventos climáticos extremos devem se tornar cada vez mais frequentes, tendo em vista que em menos de um ano o nosso Estado foi palco de grandes volumes de chuvas, os quais literalmente varreram cidades inteiras do mapa em decorrência da força das águas.
Como forma de ilustrar o impacto ambiental das enchentes no município de Alvorada, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam), através do setor de Fiscalização Ambiental, realizou o mapeamento das áreas afetadas na cidade, por meio de um comparativo das enchentes entre os anos de 2015 e 2024.
Conforme podemos perceber no mapa de inundação em Alvorada, enquanto no ano de 2015 a mancha de inundação chegou aos bairros Americana, Sumaré e Nova Americana, na enchente de 2024 a mancha de inundação, além de ter atingido uma área muito maior nestes bairros, também foi ao Salomé, condomínio Onze de Abril, Tijuca e Umbu.
Já com relação ao quantitativo de pessoas afetadas, enquanto no ano de 2015 foram diretamente afetadas um total de 2.178 pessoas, no ano de 2024 esse total subiu para 9.240 pessoas.
As informações extraídas desse mapeamento nos mostram de forma bastante clara que a incidência de eventos meteorológicos extremos vem afetando de forma cada vez mais significativa a população alvoradense que reside nas áreas de maior vulnerabilidade ambiental. Dessa forma, tanto o poder público como a população tem o dever de agir de forma proativa na busca de estratégias e soluções que visem reduzir os impactos negativos da emergência climática no município de Alvorada.
Como papel do poder público, cabe a formulação de políticas públicas de enfrentamento aos fenômenos meteorológicos extremos em áreas urbanas, tais como: políticas de planejamento urbano e ambiental; programas de educação ambiental contextualizados com a realidade local; assim como a disponibilidade de canais de comunicação de fácil acesso entre as autoridades públicas e os cidadãos.
Já com relação ao papel da população, é fundamental que ela busque se informar sobre as questões ambientais que afetam a cidade, sobre a legislação ambiental local e, principalmente, é seu dever entrar em contato com as autoridades ambientais para encaminhar denúncias ou obter orientações referentes à questão ambiental local.
Sendo assim, qualquer cidadão pode entrar em contato diretamente com o setor de Fiscalização Ambiental da Smam por meio do telefone (51) 3411-6439 ou pelo canal de atendimento via WhatsApp (51) 99351-3263.
Por fim, o setor de Fiscalização Ambiental está sempre à disposição da população para prestar o apoio necessário referente a qualquer tipo de questão ambiental que afete o cotidiano dos cidadãos alvoradenses.
*Pedro Verran, Fiscal Ambiental