Condenados os envolvidos na morte de dois homens que foram carbonizados

Crime aconteceu em 2014 e as vítimas estavam vivas ao serem colocadas no carro que foi incendiado

Foto: IGP / Divulgação / OA

Em julgamento realizado nesta quinta-feira (23) em Alvorada, foram condenados à prisão três dos envolvidos na morte de dois homens, carbonizados dentro de um veículo, crime que aconteceu em setembro de 2014 no Jardim Aparecida.

Juliano Dutra de Chagas, Élber Dutra Rodrigues e Joel Ferreira Leal foram declarados culpados pela prática de dois homicídios qualificados consumados, um homicídio qualificado tentado e corrupção de menores.

A decisão foi do Conselho de Sentença, formado por sete cidadãos alvoradenses, que acolheram as teses sustentadas pelo promotor de Justiça Marcelo Tubino Vieira. As penas de reclusão são de 41 anos para Juliano, 35 anos para Élber e 51 anos para Joel.

Embora soltos durante o processo, o Juiz de Direito Marcos Henrique Reichelt, dada a pena e o reconhecimento de “extrema periculosidade social”, decretou a prisão preventiva dos condenados, com o seguinte argumento: “(…) merece especial consideração, no presente caso, a invulgar brutalidade dos fatos em apreço. Chegou a haver carbonização dos corpos das vítimas fatais. Não há como se considerar ordinário, por mais habituado que esteja à lida forense na esfera criminal, o ocorrido com as vítimas apontadas na denúncia. Necessário, pois, a imediata resposta estatal a fim de prontamente reprimir tamanho desprezo à vida humana, sob pena de desvirtuação do próprio sistema de Justiça Criminal. Por tais motivos, a bem do resguardo da ordem pública, mirando a evitar reiteração delitiva, decreto a prisão preventiva dos acusados, deixando de lhes conceder o direito de recorrerem em liberdade (…)”.

Há ainda outros acusados pelo mesmo crime, com previsão de julgamento no mês de julho.

Crime

Por volta das 21h40min de 03 de setembro de 2014, as vítimas Dionatan Luís Goulart Ramalho, Thomas Goulart Ramalho e Endrio Silva da Silva estavam na rua Nossa Senhora Medianeira, Jardim Aparecida, quando Joel, acompanhado de mais cinco indivíduos, sendo um menor de idade, chegaram atirando  contra as vítimas Dionatan e Thomas; Endrio conseguiu fugir.

Em seguida, colocaram os dois homens feridos dentro de um carro e atearam fogo.

Conforme investigações, Juliano e Élber, traficantes da região, foram os mandantes do crime. O motivo seria as vítimas terem deixado de vender drogas para eles.

Assim, o promotor defendeu que os acusados praticaram o crime por motivo torpe, decorrente de desentendimentos relativos ao tráfico de drogas. Outro agravante foi que os denunciados usaram recursos que dificultaram ou impossibilitaram a defesa das vítimas, já que foram surpreendidas, sem que pudessem esboçar qualquer reação.