A conselheira tutelar Lucy foi afastada de suas funções após decisão do Juiz da Infância e Juventude da Comarca de Alvorada, Roberto Coutinho Borba. O Magistrado deu parecer favorável à Ação movida pela Promotora Rochelle Jelinek, que apura indícios de compra de votos e transporte irregular de eleitores no dia da votação.
Lucy foi eleita em junho com 2035 votos, 815 a mais do que a segunda colocada, Andréia Nunes. Ao todo 11.059 eleitores participaram do pleito no dia 3 daquele mês.
Segundo a Promotora informou a’O Alvoradense, existem testemunhas e provas documentais dos atos ilegais praticados no dia da eleição. Tais provas, aliás, teriam dado a sustentação jurídica para que o Juíz solicitasse o afastamento imediato.
Para o presidente da Câmara de Vereadores de Alvorada, Gerson Luís – pai de Lucy, não há qualquer indício de ilegalidade. “Não sei aonde querem chegar com isto”, questionou. Para ele a quantidade de votos que sua filha recebeu representam o reconhecimento da população no trabalho realizado por ele e sua família.
A Promotora, no entanto, afirma que também existem comprovações da participação do Presidente da Câmara no oferecimento de transporte para os eleitores. “Estamos levantando mais algumas documentações para entrar com uma ação de improbidade administrativa contra ele na próxima semana”, adiantou Rochelle. Gerson Luis, que já entrou com recurso para rever o afastamento da filha, nega qualquer participação.
Para a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança (Comdica), Maria Eliane Cobalchini, o afastamento gera transtornos aos demais conselheiros. “É complicado, mas se houve erro deve ser apurado. Agora ela (Lucy) terá tempo para se explicar”, afirmou. Com o afastamento, que deve durar até o final das investigações, assume a vaga a primeira suplente, Lucimara Pereira.
Uma reunião entre os demais conselheiros, Andréia Nunes, Diovana, André Lutz e Bete, e a presidente do Comdica, já iniciou o precoce de transição. A posse deve ser realizada nos próximos dias, tempo esperado para que sejam preparadas as documentações.
Polêmicas antes do pleito
Antes mesmo da campanha tomar as ruas, as eleições para os cargos de novos conselheiros tutelares de Alvorada foi tomada por polêmicas. A Prefeitura tentou adiar o pleito para 2013 mas o Ministério Público (MP) interviu. Em março, sem o apoio da Procuradoria Municipal que assim como o MP entendia que a lei era inconstitucional, a prefeitura acabou recuando.
No entanto, o que parecia ser o fim da polêmica se tornou, na verdade, só o começo. A revogação do PL elaborado pelo executivo tentou ser vetada pela própria base do governo na Câmara de Vereadores. O parecer dado pela promotora Rochelle Jelinek não seria acatado porque segundo os parlamentares, cabe ao Judiciário determinar a aplicabilidade de uma lei ou não.
Após idas e vindas, as eleições acabaram ocorrendo em junho.
Fonte: O Alvoradense