A partir da constatação da ausência de condições técnicas para o exercício ético e adequado da Medicina, com risco de desassistência aos usuários do sistema de saúde da Região Metropolitana, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) oficiou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) para que sejam tomadas providências em relação ao Hospital de Alvorada e, conforme levantamento do órgão, também o Nossa Senhora das Graças (Canoas), Pronto-Socorro (Canoas), Centenário (São Leopoldo) e Dom João Becker (Gravataí) que apresentam situação de restrição de atendimento.
No documento, o Cremers requer à SES que seja executado um plano de contingência para a destinação e a transferência de pacientes para outras unidades, com ampla comunicação às Secretarias Municipais de Saúde.
O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, informa que o Cremers fará vistoria nas instituições de saúde e que comunicará os fatos à Secretaria Municipal de Saúde e ao Ministério Público para auxiliar nas medidas necessárias para a regularização dos serviços.
Ainda quanto ao Hospital de Alvorada, no qual houve troca de gestão na segunda-feira (01), o presidente informa que o estabelecimento está sem direção médica formalizada junto à autarquia. “Notificamos a nova gestora para que apresente a escala de plantonistas para o mês de abril, bem como indique o médico que será o responsável técnico pela instituição”.
Se necessário, o Conselho poderá adotar medidas para interditar eticamente os estabelecimentos em que, após a fiscalização, for “constatada ausência de condições mínimas de segurança, para o ato médico ou evidente prejuízo para os pacientes, quer pela existência de potencial risco à saúde, desrespeito à sua dignidade ou pudor, quer por violação ao sigilo do ato médico por quebra da privacidade e confidencialidade”, conforme a Resolução CFM 2056/2013.
Sindisaúde
O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Sindisaúde-RS) informa que em Alvorada, onde a gestão do hospital agora é feita pela Associação Beneficente João Paulo II, com equipe própria, a categoria decidiu suspender o sistema de vigília e realizar ações descentralizadas a fim de pressionar o Governo do Estado para efetuar o pagamento dos direitos trabalhistas dos funcionários demitidos.
Na manhã desta quarta-feira (03) uma nova mobilização aconteceu em frente à Prefeitura, sendo que o ato deve se repetir na quinta-feira (04) na Assembleia Legislativa, antes da Sessão de Mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4), marcada para as 14h.
Simers
Também o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) acompanha de perto o colapso da saúde. O diretor-geral Fernando Uberti, que vem coordenando a atuação da entidade, esteve presente ainda na segunda-feira, no hospital de Alvorada para verificar a situação.
Na oportunidade, foram constatados diversos problemas para o exercício profissional de diversas categorias e para a assistência em saúde, como a falta de recursos humanos para o atendimento à população, falta de obstetras e a insuficiência de novos funcionários, com profissionais sem saber quem assumiria o novo plantão.