Na coluna de hoje (18), irei contar uma história que aconteceu com um treinador bem conhecido no interior do Rio Grande do Sul, que teve vários problemas em relação ao seu comportamento com atletas mais jovens em clubes que passou.

Era uma quarta-feira, após o treino da manhã fui chamado na sala do treinador.
Como capitão da equipe, prontamente atendi o chamado e me desloquei ao seu “escritório” dentro do vestiário, abaixo dos alambrados de um dos estádios mais famosos do interior gaúcho.

Chegando lá, sem muita “resenha” o treinador, um senhor autoritário – de bigode grosso e por vezes muito mal educado – foi direto ao assunto:

– “Garroto (Sim, garoto com dois “erres”, ele puxava as palavras que tinham essa letra), preciso de um favor seu, me leve a cidade vizinha para tratar alguns assuntos particulares?”

Naquele momento, pensei durante 2 segundos e respondi:

– “Professor, posso emprestar o carro pro senhor, mas prefiro descansar para o jogo de amanha à tarde.”

Prontamente, o então treinador do time aceitou o empréstimo do carro e de bate pronto “arranjou um motorista” – um atleta recém saído das categorias de base, que por óbvio não diria não, pois estava em fase de testes ainda no profissional.

Na primeira hora da tarde, pegaram o velho Pálio – creme, ano 2001, sem ar condicionado – e rumaram à cidade ao lado, que era aproximadamente uns 15 km do município do clube.

Em meio a BR, o então “professor” começou a indagar algumas histórias de sua vida sexual, o que fez o então jogador/motora se assustar um pouco, pois já havia escutado relatos da opção sexual do responsável da casa mata.
Instantes depois, em meio a BR, o atleta escuta a seguinte frase.

– “Aqui garroto, desce aí!”

O atleta, com a direção empunho responde:

– “Onde Professor?”

O então treinador aponta uma saída lateral da BR, ao lado de uma industria de bebidas gaúcha.

– “Aqui garroto, entra nessa rua e pega a direita.”

O ex moleque da base entrou naquela viela, pegou a direita e seguiu em frente.
Passado alguns metros o treinador gritou:

– “Aqui garroto, aqui!Entre nesse portão!”

O gurizão apavorado dispara:

– “Como assim professor, aqui é um motel né?”

O velho bigodudo olha para ele com uma fisionomia toda de carinho e dispara:

– “Sim garoto, aqui no motel vamos entrar para assinar o contrrato de trrabaaalho!”

O menino, que hoje é gerente de supermercado, nunca mais foi visto por aquelas bandas e muito menos pelos gramados do nosso RS.