O Sistema Único de Saúde foi criado em 1990 com os princípios de Universalidade (direito de todos), Integralidade (atuação em prevenção, tratamento e reabilitação) e Equidade (atendimento de acordo com a condição de saúde de cada paciente), antes disso existia o INAMPS, onde só quem trabalhava de carteira assinada recebia atendimento, não existia política de saúde pública e quem não tinha como pagar dependia de instituições filantrópicas.
É sempre bom lembrar que o SUS vai além de consultas clínicas ou emergências, as campanhas de vacinação, transplantes de órgãos, quimioterapia para o câncer, medicamentos e diversos tipos de tratamentos fazem parte da saúde pública, não faz sentido alguém não defender o SUS. A demora no atendimento, a precariedade das instalações e a falta de insumos se dão por falta de repasse dos recursos, a luta deve ser por aumentar a verba e não pelo desmonte da saúde. A desvalorização dos serviços e servidores públicos de saúde só é interessante para quem irá lucrar com a privatização, a sociedade não deve acreditar nessa falácia de que o problema do país são os gastos com serviço público. Em países onde não há um sistema de saúde público, muitas pessoas precisam vender suas casas para pagar despesas médicas e acumulam dívidas altíssimas, e outras que não tenham posses acabam por vezes, ficando com o tratamento inadequado, sem a resolução do problema.
A saúde não é mercadoria, é um direito básico de todos e precisa ser assegurado, não dá para pensar em lucro quando se está lidando com a vida das pessoas. País desenvolvido não é onde todos pagam planos de saúde e sim onde todos utilizam o sistema público de saúde com atendimento de qualidade e a vida sendo a prioridade.
Juliana Girardi é estudante de biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e embaixadora do Projeto da Saúde Planetária da Universidade de São Paulo (USP)
Natural de Porto Alegre, a jovem é moradora do Porto Verde.