Educação é vítima de “política de distração”

Especialista questiona a tecnologia como "solução mágica" do ensino | Foto: Gustavo Gargioni / Especial Palácio Piratini / OA
Especialista questiona a tecnologia como “solução mágica” do ensino | Foto: Gustavo Gargioni / Especial Palácio Piratini / OA

Enquanto o município e o país discutem os planos de Educação a serem aplicados até 2025, uma pesquisa realizada por um especialista em educação, John Hattie, afirma que os ajustes difundidos nas políticas de ensino têm pouco impacto na aprendizagem do aluno.

Hattie questiona o predominante foco governamental em políticas que incluem dias letivos mais longos, pagamento dos professores de acordo com o desempenho e redução do tamanho das turmas, todas as quais, segundo ele, são menos importantes do que a variabilidade dos resultados do ensino e a eficácia do professor dentro de qualquer escola.

No relatório intitulado “O que não funciona na Educação: a Política da Distração”, ele questiona, por exemplo, o uso da tecnologia como ‘solução mágica’. “A tecnologia é predominantemente usada na sala de aula como mais uma maneira de os alunos consumirem fatos e conhecimento. Para ter um impacto transformador no ensino e na aprendizagem, ela precisa ser vista como uma ferramenta de ensino para a produção de conhecimento”, avalia.

A saída, sugere o especialista, é a busca e ampliação da qualificação do professor. Essas tarefas incluem os professores trabalharem juntos para desenvolver uma linguagem comum com relação aos critérios de sucesso do aluno e tornarem o ensino mais personalizado para o aluno em níveis variados por meio do uso dos devidos diagnósticos, intervenções e ferramentas de avaliação; e os líderes trabalharem com seu pessoal para avaliar continuamente o impacto sobre a aprendizagem dos alunos.

John Hattie afirma que, “apesar de as intenções serem as melhores, a educação ficou carregada de política de distração, a maior parte da qual nos desvia do trabalho essencial em pauta, ou seja, assegurar que cada aluno tenha pelo menos um ano de progresso para cada ano de empenho. Se quisermos realmente melhorar a aprendizagem dos alunos, é vital afastarmos nossa narrativa sobre o ensino e a aprendizagem dessas distrações e iniciarmos o trabalho fundamental de desenvolver a qualificação colaborativa em nossas escolas e nossos sistemas de ensino.”

Fonte: O Alvoradense