por Everton Braz, presidente do Podemos RS
Sim, vivemos um momento de intensas transformações no cenário político brasileiro. Essa realidade se reflete tanto em nível nacional quanto estadual, especialmente no Rio Grande do Sul. As recentes fusões, federações e incorporações partidárias são apenas a face visível de uma reconfiguração mais profunda que está em curso. Esse cenário de ebulição no mundo político-partidário é, em grande parte, impulsionado pela perspectiva das eleições de 2026, que desde já movimenta líderes, dirigentes e militantes de diferentes espectros ideológicos.
Esses movimentos, ao meu ver, são naturais e até esperados, pois respondem diretamente aos anseios e comportamentos do eleitorado. A população, de modo geral, tem demonstrado uma clara insatisfação com a polarização que domina o debate político. Em especial, percebo que a sociedade gaúcha – reflexo do que se observa em muitas regiões do Brasil – tem dado sinais de cansaço diante de um cenário que, em vez de promover avanços, acaba gerando instabilidade, paralisação e divisões que não contribuem com o progresso coletivo que tanto buscamos.
Diante desse contexto, a reorganização do centro democrático desponta como uma alternativa viável e necessária. Esse campo político se apresenta ao eleitor como um espaço de equilíbrio, capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade e propor soluções concretas para os problemas reais das pessoas. É com esse espírito que seguimos firmes na construção de um caminho político mais sereno, responsável e verdadeiramente representativo.
Pode até parecer uma visão demasiadamente romântica – embora não devesse soar assim –, mas sigo acreditando que ainda é possível reunir pessoas com pensamentos distintos em torno de objetivos comuns. A busca por soluções efetivas para os desafios que enfrentamos como sociedade precisa estar acima de embates ideológicos estéreis. Avançar não será possível enquanto a lógica do confronto continuar predominando sobre o desejo de cooperação.
É urgente e necessário unir forças, dialogar com maturidade e construir consensos. As peças continuam se movendo no tabuleiro do xadrez político, e essa movimentação é natural. O importante é que o eleitor perceba que, em 2026, haverá alternativas reais, comprometidas com o diálogo e a democracia e que rejeitam a polarização.