Em Alvorada, ministra critica falta de políticas públicas do Governo Federal aos terreiros

Em evento na tarde desta sexta-feira na Câmara de Vereadores de Alvorada, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, criticou as ações do Governo Federal com a comunidade umbanda. Segundo ela, alguns ministros ainda não sabem lidar com os Pais e Mães de Santos.

Luiza criticou a posição do Governo Federal em relação ao excesso de viagens que os representantes de terreiro realizam para comparecer a seminários. “Eles convidam vocês para ir à Brasília fazerem seminários. Essas pessoas são autoridades, você não pode chamar uma Mãe-de-Santo ou um Pai-de-Santo para aguardar horas sentados num saguão”, disse a ministra.

Ministra Luiza Bairros (E) não poupou Governo Federal | Foto: CCS / OA

Ela afirmou ainda que atualmente não há nenhuma política pública do Governo Federal que atenda às comunidades de terreiros. “Quem deve fazer seminários são vocês. Feito isso nos apresentem suas demandas e ai sim poderemos estudar uma solução prática para os problemas”, explicou Luiza, que foi além: “Não podemos cair na conversa daqueles que na nossa frente dizem nos respeitar, mas por trás nos folclorizam”.

O evento contou com a presença de várias autoridades, entre elas o prefeito Carlos Brum, a secretária estadual de Políticas para Mulheres, Márcia Santana, o vereador Professor Borba que representou a Câmara, a secretária municipal de Educação, Lourdes Santos da Silva e a diretora de Direitos Humanos, Tâmara Soares.

Luiza Bairros disse que é preciso comover os governos municipais. “Há muito obstáculo, mas a população tem que saber o que é, para que serve e como opera a política pública. E para isso estamos nesse momento levando a cabo na Seppir uma das determinações do Estatuto da Igualdade Racial, de criação de um Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Sinapir.

Por meio dele, vamos sistematizar toda essa experiência da política de promoção da igualdade racial e projetar formas de organização dela dentro do Estado brasileiro, de maneira que as competências dos governos federal, estaduais e municipais estejam bem definidas para trazer benefícios concretos para a vida da comunidade”, explicou.

 

 Fonte: Fernanda Escouto / OA