O governo municipal decidiu retirar de votação na sessão extraordinária da Câmara de Vereadores desta sexta-feira o projeto que concedia reajuste ao valor do vale-refeição dos servidores. A proposta deve ser apreciada pelo plenário na próxima terça.
Durante a sessão de hoje centenas de servidores públicos acompanharam a votação do único projeto não retirado da ordem do dia.
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Aprovado por 13 votos a 4, a proposta a Lei criou a gratificação de estímulo ao acompanhamento de projetos e obras aos engenheiros.
Isolada na oposição, apenas a bancada do PMDB votou contra. Os peemedebistas queriam que o projeto fosse adiado para a próxima terça-feira, assim como as demais propostas do governo. Appolo, Julio Bala, Irmã Sara e Vanio Presa se dividiram na tribuna em discursos inflamados de apoio aos servidores.
Durante a votação, cada artigo do projeto era aprovado sob vaias e gritos. Reiteradas vezes o presidente da Casa, Schumacher (PT), pediu a colaboração da plateia para manter a ordem e garantir o direito de manifestação de cada parlamentar.
Em meio aos gritos, o líder do governo na Câmara, Juliano Marinho, lamentou o adiamento e afirmou que o projeto beneficia muitos servidores que não se faziam presentes.
O mesmo tentou dizer Marcelo Gonçalves (PT), mas uma frase mal interpretada aumento ainda mais a tensão. Ao afirmar que o servidor público tem que ser respeitado, o petista completou: “Mas aquele que trabalha, aquele que bate o ponto, aquele que pega na picareta”. Os servidores presentes se ofenderam. “Nos chamaram de vagabundos”, gritavam.
A sessão chegou a ser suspensas duas vezes. Marcelo voltou a tribuna para explicar a frase dita anteriormente mas não adiantou. De costas, a plateia manteve os gritos e xingamentos.
Além dos dois petistas, Miro Eletricista (PRB) foi o único vereador da base a discursar. “Ao retirar os projetos de votação, quem perdeu foi a categoria”, disse.
Vereadores trocam acusações
O bate-boca durante a sessão não se restringiu entre servidores e vereadores da base. Ao discursar, Vanio Presa (PMDB) defendeu a participação do Sima na tribuna na próxima semana. Schumacher interrompeu a fala para se dirigir ao presidente do sindicato Rodinei Rosseto: “Você conhece o regimento e sabe que a tribuna sempre esteve à sua disposição”.
O peemedebista, que foi presidente da Câmara em 2002, disparou contra Schumacher: “Presidente, eu conheço o regimento e tive muito mais diplomacia que o senhor quando presidi esta Casa”. O petista tentou responder, mas Vanio seguiu ao microfone: “O tempo é meu e o senhor vai ter que me escutar”.
Schumacher aguardou o fim da fala do peemedebista para se defender. “Respeito muito o vereador, mas quero dizer que quando foi presidente o senhor evacuou esta Casa três vezes com a Brigada Militar”, lembrou Schumacher. Vanio, aos gritos, negou as acusações.
Fonte: O Alvoradense