Frio e chuva x moradores de rua

São homens e algumas mulheres que passam dias e noites nas ruas da cidade

Foto: Reprodução / OA

Nessas noites de frio extremo, em que as temperaturas chegam a bater marcas negativas por conta do vento, são muitas as pessoas que estão nas ruas de Alvorada. Homens, e algumas mulheres, que dormem sob marquises, muitas vezes em grupo, em busca de calor e proteção contra agressores e, até mesmo, ladrões.

Conforme relato de um policial militar que atua na cidade há anos, a maioria é dependente químico (álcool e/ou drogas), sendo que muitos com problemas psicológicos. Em muitos casos o que os levou para a rua foi o conflito no ambiente familiar, motivados justamente pelo vício. “Não adianta albergue se lá o modelo familiar se repete, com a presença de regras básicas, como banho e estar “de cara limpa””, avalia o PM. Para ele, muitos deles vivem em um mundo sem regras, e optam por permanecer assim. “Para eles é uma vida de liberdade, porque não entendem a sociedade como nós”. Contudo ele conta que há exceções, de pessoas que buscam ajuda e conseguem se ressocializar. “Daí a importância de um acompanhamento social e psicológico nesses locais de acolhida”, avalia.

Acolhimento Noturno

Desde maio de 2015 a cidade conta a Casa de Acolhimento Noturno, que abriga moradores de rua e presta serviços básicos à noite. A estrutura, que oferece alimentação, roupas limpas, higienização e guarda-volumes, recebe até 20 adultos e funciona das 20h às 8h da manhã na rua Icaraí, 352, bairro Sumaré.

“O serviço busca restabelecer os vínculos sociais e familiares das pessoas em situação de rua com objetivo de retirá-las desta condição. As ações com esse objetivo são articuladas com diversos segmentos do setor público. Com essa estratégia o usuário do serviço tem acesso facilitado à saúde, assistência social, emissão de documentos e atendimento psicossocial”, diz nota emitida pela Prefeitura à reportagem do jornal O Alvoradense.

Entre as atividades desenvolvidas está a criação de grupos de reflexões e palestras, oficinas educativas e informativas, além de orientações para o mercado de trabalho. Conforme o secretário Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, Airton Alminhana, desde a inauguração, já passaram 96 pessoas pela casa, sendo que 29 delas a frequentam esporadicamente e 20 já saíram da situação de rua.

Fonte: O Alvoradense