Funcionários do Hospital de Alvorada suspendem possibilidade de paralisação

Houve uma sessão de Mediação entre profissionais da área da saúde e a Fundação Universitária de Cardiologia esta manhã

Foto: Divulgação / OA

Em assembleias coordenadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindisaúde-RS) a serem realizadas esta semana, cerca de mil profissionais da saúde que atuam nos hospitais de Alvorada, Cachoeirinha e Viamão poderiam decidir por entrar em greve. Os profissionais do Hospital de Alvorada realizam assembleia na quinta-feira (28).

Graças ao resultado da sessão de Mediação realizada na manhã desta terça-feira (26) no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), envolvendo profissionais da área da saúde e a Fundação Universitária de Cardiologia, foi possível suspender temporariamente, enquanto perdurar a mesa da Mediação, as contratações emergenciais para a gestão do Hospital de Alvorada.

Mediação

Na manhã desta terça-feira (26) houve protesto em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), onde foi realizada uma sessão de Mediação envolvendo profissionais da área da saúde e a Fundação Universitária de Cardiologia. A sessão foi conduzida pelo vice-presidente, desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, com a presença da juíza auxiliar da Vice-Presidência Luciana Caringi Xavier.

Os sindicatos dos trabalhadores manifestaram preocupação com os pagamentos das verbas rescisórias, já que a instituição, que está em recuperação judicial, deixará de administrar os dois hospitais no início de abril. O Governo do Estado, que é responsável pelos dois hospitais, já anunciou a transição para outras duas instituições contratadas emergencialmente para administrá-los.

Após debates, as partes deram o seguinte encaminhamento:

– Gestionar junto ao Estado do RS acerca da possibilidade de suspender temporariamente, enquanto perdurar a mesa da Mediação, as contratações emergenciais para a gestão dos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha. Em caso de resposta negativa, a indicação, pelo Estado, de forma transparente, das datas das transições e da possibilidade de pagamento das parcelas rescisórias pelo Estado;

– O Estado do RS pede prazo para se manifestar até quarta-feira (27) acerca da possibilidade de atender o pedido de suspensão dos contratos emergenciais;

– Havendo a suspensão das contratações emergenciais, os sindicatos se comprometem a analisar a possibilidade de adiar o início de eventual greve;

– O Estado se compromete a orientar as empresas em vias de contratação para a gestão dos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha a não praticar atos de assédio aos trabalhadores;

Uma nova sessão de Mediação foi marcada para a tarde de 04 de abril.

Foto: Inácio do Canto / Secom/TRT4 / OA

Sindisaúde

De acordo com o presidente do Sindicato, Júlio Jesien, se os trabalhadores optarem pela deflagração de greve, ela se inicia 72 horas após o encerramento das assembleias. Jesien explica que entre os motivos que podem levar à paralisação dos serviços está o não pagamento das verbas rescisórias nas transições de gestões que estão sendo operacionalizadas em Alvorada e Cachoeirinha; e a possível demissão de, ao menos, 200 funcionários sem indenização em Viamão. Segundo o presidente do Sindicato, as dívidas trabalhistas podem ultrapassar a casa dos R$ 40 milhões. Valores que não deverão ser pagos pelo Instituto de Cardiologia, atualmente em recuperação judicial.

A situação é ainda agravada pela retirada de recursos provenientes do Programa Assistir. Quanto à nova direção, o Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, deve assumir o Padre Jeremias, enquanto que a Associação João Paulo II assume Alvorada, substituição que deve acontecer entre os dias 1º e 8 de abril.

Conforme comunicado do Sindisaúde:

“O Programa Assistir, do governador Eduardo Leite, e a péssima gestão filantrópica do Instituto Cardiologia criaram, como o Sindisaúde-RS vem denunciando desde o primeiro semestre de 2023, a trágica situação por que passam cidadãos e trabalhadoras (es) dos hospitais de Cachoeirinha, Alvorada e Viamão: os hospitais estão, basicamente, sem gestão efetiva e verbas. Com isso, a categoria se mobilizou, buscou o apoio dos sindicatos, e estamos em luta: estão marcadas as assembleias, agora nos três hospitais, para votação sobre greve nas instituições!”.