A constante busca por conhecimento e o amor por Alvorada e pela África, levaram a professora Denise Wabner a dedicar suas graduações aos dois temas. Professora de história e geografia em escolas do estado e município, ela chegou a Alvorada há 30 anos com o marido João Pedro Rodrigues e a filha mais velha Tatiane, ainda pequena. Vindos do Jardim Leopoldina, a família se estabeleceu no Passo da Figueira, onde permanecem. Ali nasceram Gustavo e Thais, os outros filhos do casal. Hoje a família conta ainda com os netos Victória, de 12 anos, e Kailane, 12, e Kauã, 6.
Há cerca de 20 anos ela começou a dar aulas na cidade. Além disso, sempre esteve envolvida com a comunidade através do Clube de Mães, Associação de Moradores ou atuando na Igreja Católica. Mas a realidade da cidade sempre a atraiu, principalmente no que se refere aos mitos criados sobre Alvorada.
Foi assim que, em sua graduação em História no ano de 2008, desenvolveu o tema “Mitos e verdades sobre a violência em Alvorada”. A pesquisa chegou aos primeiros anos de emancipação política de Alvorada e até mesmo antes disso. Foram ouvidos moradores, autoridades e a surpresa veio com a constatação de que os “maiores” crimes da cidade não foram cometidos por alvoradenses ou mesmo aconteceram aqui. Um exemplo é a famosa cabeça que rolou em frente á Prefeitura em um inusitado jogo de futebol noturno. Conforme ela apurou, o crime aconteceu em Porto Alegre e os criminosos também eram da capital. Também motivos políticos e econômicos foram descobertos por ela, para a propagação dos atos violentos pela grande mídia. “Estamos em quarto lugar nos índices de criminalidade no Estado, mas ninguém classifica as outras cidades como violentas, assim como Alvorada”, lamenta.
Em 2011 ela fez nova pesquisa, desta vez para uma pós-graduação em Cultura Afro-Brasileira, e o tema escolhido foi “A religiosidade afro-brasileira e a diversidade de cultos dentro das casas de religião de Alvorada”. Como mora ao lado de uma casa de religião, se interessou em conhecer melhor esse universo e se surpreendeu com as diferenças que encontrou nas mais de 700 casas existentes na cidade.
Apaixonada pelo continente africano, organizou a pesquisa “África de A à Z – Um novo olhar sobre a África e sobre os africanos”, onde consegue imprimir um novo ritmo ao conhecimento desse grande continente composto por 54 países tão diferentes em seus povos e culturas.
Mas os dias em sala de aula, onde convive com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, além dos alunos do EJA a levaram a outra formação, dessa vez em Psicopedagogia. “Como professora percebia mudanças no comportamento dos alunos, e não conseguia determinar os motivos. Bons alunos que se transformavam em péssimos e o contrário também, alunos com dificuldades que de repente passavam a se desenvolver em sala de aula”. E foi isso que a motivou a escrever “O divórcio e suas consequências na formação de crianças e adolescentes”.
As quatro obras estão concluídas, e seus planos são de publicação. Mas enquanto isso não acontece a professora Denise segue com suas paixões: Alvorada e a África, orientando seu trabalho e sua formação como alvoradense que escolheu a cidade para viver e criar seus filhos e viver seus sonhos.
Fonte: O Alvoradense