Governo lança consulta popular da PPP da escola pública

Projeto de parceria público-privada para qualificar escolas em áreas vulneráveis está aberto a sugestões da população

Foto: Arquivo / Reprodução / OA

O Governo do Estado lançou na segunda-feira (08), no Diário Oficial, a consulta pública da parceria público-privada (PPP) para qualificação de infraestrutura e gestão administrativa de 99 escolas estaduais localizadas em áreas de vulnerabilidade, que representam 4,2% da rede. Foram listadas sete unidades em Alvorada: Colégio Estadual Erico Verissimo, EEEF Brigadeiro Antonio Sampaio, EEEF Stella Maris, EEEM Campos Verdes, EEEM Mario Quintana Caic, EEEM Mauricio Sirotsky Sobrinho e EEEM Nossa Senhora Aparecida.

O diálogo com os profissionais da educação e a população tem o objetivo de aprimorar o projeto antes da publicação do edital e de sua implementação. O edital da PPP da Educação deve ser publicado em dezembro deste ano, e a previsão é de que o leilão ocorra em fevereiro de 2025. 

A parceria com a iniciativa privada não prevê qualquer tipo de intervenção pedagógica nas instituições de ensino. Essa responsabilidade seguirá sendo da Secretaria Estadual da Educação (Seduc). A PPP busca transformar a realidade social de crianças, jovens e adultos, com a realização de reformas, adequações e requalificação estrutural em escolas de 15 municípios, beneficiando cerca de 56 mil alunos. 

 “A PPP visa qualificar a infraestrutura das escolas, melhorar a rotina dos alunos e colaborar para que professores e diretores tenham mais tempo livre para focar no que mais importa, que é a questão pedagógica e o aprendizado dos estudantes. Da parte do governo, vamos fiscalizar e acompanhar a prestação do serviço, com indicadores de desempenho e metas pré-estabelecidas. Também teremos pesquisas de satisfação”, explica o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi. 

As obras de reforma e ampliação das escolas deverão ser concluídas em até 16 meses, após a assinatura do contrato da PPP. Os municípios que receberão o projeto integram o programa RS Seguro, que norteou a escolha das instituições de ensino. 

O valor previsto do investimento por parte do parceiro privado será de R$ 1,3 bilhão, que inclui também os reinvestimentos que serão realizados ao longo dos 25 anos da concessão. O montante foi definido após a realização de visitas técnicas e do diagnóstico da estrutura das escolas. A licitação da PPP será dividida em três sublotes, com 33 escolas cada, tendo a opção de um único parceiro assumir os três, se comprovada maior vantagem ao Poder Público. 

A escolha da empresa vencedora será pelo critério de menor contraprestação a ser paga pelo Estado. A quantia de contraprestação anual máxima, por parte do Executivo estadual e que inclui o atendimento de todos os indicadores do contrato, é de R$ 203,6 milhões por ano. 

Como funcionará

O parceiro privado ficará encarregado de requalificar a infraestrutura das escolas e prestar serviços de apoio, tais como conservação e manutenção predial; conectividade; zeladoria; higiene e limpeza; segurança e vigilância; jardinagem; controle de pragas; fornecimento de utilidades; gestão de resíduos sólidos; e fornecimento de mobiliário e equipamentos. Não há previsão de qualquer intervenção pedagógica nas instituições de ensino.

A realização da PPP permitirá que a direção das escolas envolvidas possa se concentrar no planejamento e na definição de diretrizes das políticas públicas pedagógicas, assegurando uma melhor eficiência na prestação de serviços, além de desonerar professores e diretores de atribuições não pedagógicas.

A estruturação do projeto contou com apoio da empresa SP Parcerias, responsável por projetos semelhantes em municípios como São Paulo e Porto Alegre.

Resiliência climática

A PPP também incorpora medidas proativas para mitigar os riscos associados às mudanças climáticas, bem como ações necessárias para requalificar as escolas atingidas em 2024. Com o Plano de Mitigação de Riscos em Decorrência de Eventos Climáticos, pretende-se avaliar os riscos específicos e desenvolver estratégias eficazes de resiliência no clima.

Escolas-modelo

Das 99 escolas do projeto, 18 terão a estrutura ampliada para se tornar escolas-modelo, com atendimento em turno integral. Além disso, as instituições vão receber equipamentos como ateliê de artes, estúdio de gravação e espaços de educação profissional e tecnológica (EPT).

Fonte: Governo do Estado