Durante audiência realizada na manhã de segunda-feira (08), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) decidiu pela suspensão da paralisação anunciada para esta terça-feira (09). O sindicato representa trabalhadores de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão.
A categoria reivindica o cumprimento de acordo referente a prazos de pagamentos, visto o atraso em parte dos salários e do recebimento dos vale-alimentação. Na sexta-feira (05) todas as empresas pagaram apenas 60% dos salários e não encaminharam o vale.
A diretoria do Sindimetropolitano aguarda o cumprimento do que foi acordado com as empresas: pagamento de 60% do vale-alimentação no dia 10 e o restante dos salários e o complemento do vale até a sexta-feira.
Sessões de Mediação
Em três rodadas de mediação entre o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs), o Sindimetropolitano e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), realizadas entre quinta-feira (4) e sexta-feira (5), o sindicato patronal expôs a incapacidade de arcar com o valor integral do salário dos colaboradores, referente ao mês de agosto.
Os representantes das operadoras de transporte público metropolitano alertaram para a gravidade do desequilíbrio financeiro enfrentado pelo sistema nos últimos anos e reforçaram a necessidade de uma solução definitiva por parte do Governo do Estado. Cerca de 3,5 milhões de pessoas dependem do transporte público coletivo para se locomover.
De acordo com o Setergs, houve uma redução de 73% dos passageiros nos últimos 25 anos — 45% deles de 2019 para 2020. Mesmo com a retomada pós-pandemia, o fluxo ainda está bem abaixo do patamar anterior à Covid-19. Além disso, os custos com mão de obra, combustível e outros insumos dispararam.
O sindicato patronal vem solicitando a revisão tarifária por parte da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). Após análise, a Metroplan sinalizou a necessidade de um reajuste tarifário de 19,3%. O processo de revisão tarifária só foi distribuído ao Conselho Estadual do Transporte Metropolitano (CETM) nesta sexta-feira (5), quando o cálculo foi apresentado. A data do reposicionamento tarifário do serviço público essencial de transporte metropolitano de passageiros havia sido estipulada para 1º de junho, mas o valor da tarifa ainda não foi ajustado.
O sindicato entende que a conta não pode ser paga unicamente pelos usuários e reafirma a necessidade de contrapartida do Estado, com aporte que possa auxiliar no custeio do sistema.
Na convenção coletiva de 2022/23, o Setergs e o Sindimetropolitano firmaram acordo que concedeu reajuste de 7% nos salários a partir de 1º de junho de 2022. Uma segunda parcela do reajuste seria concedida a partir de 1º de janeiro de 2023, totalizando 13%.