Na semana passada conhecemos um pouco mais sobre as doenças cardiovasculares e o quanto é significativo o número de pessoas atingidas por estas patologias no mundo e também no Brasil. Desta forma, elencamos três do grupo destas moléstias e vamos conhecer um pouco mais de cada uma nas próximas edições: a hipertensão arterial ou pressão alta, o infarto agudo do miocárdio ou ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral, também conhecido como derrame cerebral. Hoje, conforme combinado, abordaremos o tema Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

O coração, ao bombear o sangue que irriga os nossos órgãos, exerce uma força nas paredes dos vasos sanguíneos (artérias). Podemos fazer a seguinte comparação: o sangue circula como se fosse água dentro de uma mangueira aberta, com vários esguichos irrigando o nosso organismo. Se fecharmos a ponta deste esguicho, a força da água dentro do canal aumenta, ocasionando uma maior pressão nas paredes da mangueira. Vários outros podem ser os motivos para que a permeabilidade das artérias possa ser prejudicada como, por exemplo, a viscosidade sanguínea, os estímulos hormonais, a diminuição da flexibilidade e do calibre do vaso, de modo que estes não consigam se expandir para permitir uma circulação efetiva do sangue ejetado pelo coração. A limitação deste fluxo sanguíneo podem trazer sérios danos aos rins, ao coração e ao cérebro.

Resumidamente, hipertensão é a força do sangue aumentada dentro das artérias. Podemos dizer que a pressão alta é uma doença “popular”, pois não escolhe classe social, gênero e nem determina idade para atacar. Acomete uma a cada quatro pessoas adultas e até 5% das crianças e adolescentes no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Na maioria dos casos não apresenta sintomas, é silenciosa, porém pode ser fatal aos portadores. Dores de cabeça e tonturas, zumbido nos ouvidos e visão embaçada, podem ser sinais de alerta. Não existe uma causa específica para a hipertensão, mas estudos mostram que alguns fatores são agravantes e predispõem para a doença.

Principais fatores: hereditariedade (recebemos a tendência natural da família para sermos portadores da doença), falta de exercícios físicos, sedentarismo, obesidade, tabagismo, álcool, sal em excesso, má alimentação e o estresse são alguns destes componentes de ricos.

A pressão arterial deve ser aferida com periodicidade como forma de prevenção da doença e de acompanhamento, aumentando a frequência das aferições conforme a exposição aos fatores de risco. Medidas com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg são consideradas altas, mas não é possível basear o diagnóstico apenas em uma leitura, pois estes valores podem alterar de pessoa para pessoa. Muitas vezes são necessárias várias interpretações para estabelecer o diagnóstico exato da doença, feito pelo médico.

A hipertensão arterial não tem cura, mas deve ser acompanhada para impedir as complicações que a doença pode trazer, pois nem todos os níveis de hipertensão são tratados com medicamentos. Contudo, se necessário, o tratamento farmacológico não deve ser abandonado após o início sem orientação médica. Todo o portador da doença deve ter a oportunidade de reduzir a sua pressão arterial com medidas gerais como reeducação alimentar, mudanças no hábito de vida e prática regular de atividade física. Como qualquer outra enfermidade, a prevenção é o tratamento mais eficaz. Por isso, fique alerta aos sinais que o nosso corpo informa quando algo não esta bem. Cuide-se.

Fonte: Associação Brasileira de Hipertensão (ABH)