Neste ano, o Rio Grande do Sul celebra um marco histórico de profundo significado: os 150 anos da imigração italiana em nossas terras. Em 1875, os primeiros imigrantes vindos da Itália chegaram aos nossos pagos trazendo mais do que malas e sonhos — trouxeram coragem, fé e uma disposição incomparável para o trabalho.
Assentaram-se, em sua maioria, na região da Serra Gaúcha, onde abriram picadas, cultivaram a terra e fincaram raízes que atravessam gerações. Vieram com pouco, mas com uma força de vontade de encher os olhos. Com o tempo, construíram comunidades prósperas, moldaram a paisagem e deixaram marcas indeléveis na cultura, na economia e no espírito do povo gaúcho.
É impossível falar da Serra sem lembrar do aroma de um galeto assado, da polenta fumegante, do vinho artesanal servido com orgulho nas cantinas de pedra. Mais do que sabores, esses elementos contam a história de um povo que preserva tradições e, ao mesmo tempo, avança com os tempos. A vitivinicultura, por exemplo, hoje é uma das grandes riquezas do estado, e muito disso devemos ao saber e à persistência dos descendentes de italianos.
Mas a contribuição vai além da agricultura e da culinária. Ela está presente no sotaque, nas festas, nas danças, no empreendedorismo, na arquitetura e no jeito de ser dos gaúchos. Os italianos ajudaram a formar a identidade do nosso estado, somando força ao nosso espírito coletivo.
Ao celebrarmos esse sesquicentenário, rendemos homenagem a todos os nonos e nonas que aqui chegaram, enfrentaram dificuldades e ajudaram a construir o Rio Grande que conhecemos. A eles, nossa gratidão e respeito.
Que a história dos 150 anos da imigração italiana siga sendo contada, vivida e celebrada — com orgulho, com alegria e, claro, com uma taça de vinho na mão. Saúde!!
Adair Rocha é tradicionalista, declamador e líder com experiência na preservação e promoção da cultura gaúcha. Sua jornada incluiu a subcoordenadoria da 1ª Região Tradicionalista em Alvorada, onde coordenou e apoiou iniciativas tradicionalistas, fortalecendo os laços culturais na comunidade.
Como comunicador de rádio, envolveu-se na difusão da cultura gaúcha, compartilhando histórias, músicas e eventos relevantes para a comunidade tradicionalista.
Como patrão do CTG Amaranto Pereira por quatro anos, liderou e desempenhou papel crucial na organização de eventos, promoção de atividades culturais e na representação da entidade. Atualmente é conselheiro na Fundação Cultural Gaúcha do MTG/RS.
