Insegurança torna alunos reféns em escola na Zona Norte de Porto Alegre

Trecho escuro e trajeto de 250 m até o terminal de ônibus facilita ação dos bandidos | Foto: Jonathas Costa  /OA
Trecho escuro e trajeto de 250 m até o terminal de ônibus facilita ação dos bandidos | Foto: Jonathas Costa /OA

Desde o começo do ano alunos e professores da Escola Técnica Estadual José Feijó, no Bairro Rubem Berta, Zona  Norte de Porto Alegre sofrem com a insistência dos bandidos em “acompanhar” os estudantes que saem da escola em direção aos terminais de ônibus da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia.

O trecho, pouco iluminado, de 250m que separam a entrada da escola dos terminais de ônibus tem feito com que muitos estudantes desistam dos cursos por medo da insegurança do local. Desde o começo deste ano já aconteceram 13 assaltos no trajeto.

De acordo com o vice-diretor do turno da noite, Edson da Silva Jardim, várias turmas já registraram índices de evasão e acredita-se que a falta de segurança seja uma das principais razões das desistências. “Houve um caso que uma pessoa assaltou dez alunos de uma única vez, no terminal da Baltazar, os alunos estão com medo do que pode acontecer”, completou.

Perigo maior na entrada e na saída dos estudantes
Desde junho a agenda do vice-diretor do turno da noite passou a conter, além dos compromissos de aulas, relatos completos dos últimos assaltos ocorridos com os alunos. De acordo com as anotações de Edson o maior perigo é entre 18h50min e 20h10min e por volta de 22h30 quando os, cerca de, 300 alunos começam a deixar a instituição.

O trecho escuro, as possibilidades de fuga rápida e a localização da escola facilitam a ação dos bandidos de acordo com o relato do professor. “Estamos sozinhos aqui é muito triste ver isso acontecendo”, suspirou.

Quem perde são os alunos
Os assaltos ocorrem com mais frequência contra os alunos que deixam a escola a pé em direção aos terminais de ônibus, porém a audácia dos bandidos é tanta que em uma ocastão o assaltante abordou uma aluna no portão da escola e ameaçou com uma arma funcionários e professores.

“Tenho professores pedindo para passar a dar aulas nos turnos diurnos por medo da insegurança. Quem perde com isso são os alunos”, afirmou Edson.

Desde o dia 9 de agosto policias tem feito rondas no entorno da escola na tentativa de conter os bandidos, mas ainda assim os alunos e professores não se sentem completamente seguros com a situação.

Casos mais recentes:
– 7 de junho – 22h40min
– 25 de junho – 20h10min
– 2 de julho – 18h53min
– 6 de agosto – 19h20min
– 9 de agosto – 19h25
– 14 de agosto – 19h30min

Fonte:  O Alvoradense