Instalada Frente Parlamentar em Defesa do Movimento ERS-118 sem Pedágio

Assembleia Legislativa do Estado se une aos municípios, contra a localização do pedágio

Foto: Reprodução / Arquivo / OA

Durante cerimônia híbrida realizada no Salão Júlio de Castilhos com lideranças políticas, empresariais e comunitárias de municípios da Região Metropolitana e Vale do Sinos, a Assembleia Legislativa instalou, na terça-feira (9), a Frente Parlamentar em Defesa do Movimento ERS-118 sem Pedágio, iniciativa do deputado Tiago Simon (MDB).

Ressaltando que não é contra a concessão de rodovias, Simon elencou os malefícios que a instalação de uma praça de pedágio na ERS-118 traria não só para seis municípios cortados pela rodovia (Alvorada, Cachoeirinha, Esteio, Gravataí, Sapucaia do Sul e Viamão) mas para a população de toda a Região Metropolitana.

O aumento de preços de produtos e serviços, a fuga de empresas, o desemprego e a exclusão foram algumas das consequências listadas pelo parlamentar para justificar a instalação da frente no Parlamento gaúcho. “As concessões são instrumentos para alavancar o desenvolvimento. Mas uma praça de pedágio em perímetro urbano, com alto fluxo doméstico e em uma região de alta vulnerabilidade teria um efeito muito negativo. Uma praça de pedágio na ERS-118 seria a hipótese mais desastrosa de pedagiamento da história do Rio Grande do Sul”, acredita.

Segundo o proponente da frente, o projeto previsto para a rodovia, que tem 16 quilômetros duplicados, seria a de uma concessão por 30 anos, investimentos na ordem de R$ 100 milhões e arrecadação de R$ 4 bilhões no período.

O coordenador do Movimento ERS-118 sem Pedágio, Darcy Zottis, explicou que a iniciativa tem caráter apartidário e os propósitos de evitar a instalação de uma praça de pedágio e trabalhar pela infraestrutura da estrada. Ele alertou que a concessão da rodovia poderia gerar mais problemas sociais para municípios como Alvorada e Viamão, de onde saem cerca de 140 mil moradores para trabalhar em cidades vizinhas. “A elevação dos custos de deslocamento para o empregador teria como consequência imediata o desemprego”, apontou.

Representando a Federasul, Rafael Goelzer disse que a entidade é “100% a favor dos pedágios, mas quer que as concessões sejam bem feitas”.  “Pelas características dessa rodovia, que tem um fluxo pendular de pessoas que saem pela manhã e retornam à noite, somos frontalmente contrários”, avisou, ressaltando que acredita na sensibilidade do Governo do Estado para rever o projeto.