Luta Livre pode renascer nos ringues alvoradenses

Índio Kindar, na foto com Garoto de Prata, era um dos grandes nomes dos ringues. | Foto: Arquivo Pessoal / OA

Quem é fã de esporte certamente já ouviu falar de Anderson Silva, Vitor Belfort, José Aldo, Junior Cigano. Figuras que compõe o ciclo do segundo esporte que mais cresce no mundo, o MMA (Mixed Martial Arts – no português, Artes Marciais Mistas).

Não é a toa que essa modalidade vem se desenvolvendo e criando raízes tão fortes quanto o do poderoso futebol. O Brasil tem uma história rica em atletas que se destacaram e fizeram de seu esforço um belo conto para os que querem seguir com o sonho das lutas.

No Rio Grande do Sul, nós fomos contemplados com uma era brilhante. Nos anos 60 e 70, uma equipe de homens, em sua maioria fantasiados, se apresentavam diante do público para mostrar o que eles mais gostavam de fazer: Lutar. Atletas como Scaramouche, Índio Kindar, Búfalo eram os astros daquele tempo. O chamado Ringue Doze, programa de sucesso na TV, movimentava seguidores e amantes daquela modalidade. A criatividade e desenvoltura dos lutadores, reuniu milhares de fãs e curiosos, que não sabiam se aquilo se tratava de uma briga real ou uma apresentação, nomeado como Luta Cênica.

De qualquer maneira, aqueles homens que davam empurrões, puxavam os cabelos, davam socos, pontapés e ainda por cima vestidos e caracterizados com fantasias, faziam a cabeça de muita gente e que certamente, deixou saudades.

Lutas em Alvorada pela televisão

Mas não só do passado sobrevive a Luta Livre no estado.  A fim de promover a volta dos bons tempos da programação que tanto fez sucesso, um grupo de jovens rapazes lutadores chamados de Titãs do Ringue, buscam fazer uma releitura de um dos programas de TV de maior sucesso da televisão esportiva.  Alexandre Schornes, o Shaolin do grupo, é quem movimenta os seus colegas para fazer desse sonho uma realidade.

Natural de Alvorada e com mais de 20 anos de luta nas costas, o atleta que é um apaixonado pelas artes marciais busca recursos para que mais gaúchos conheçam um pouco da história esportiva do estado que tanto brilhou na época de nossos pais e avós. “A intenção não é mostrar violência e sim trazer a alegria de volta para as telas” diz Shaolin, que batalha para que as lutas cênicas sejam reconhecidas nas cidades do Rio Grande do Sul.

Porém, as coisas não estão tão fáceis para os nossos mascarados dos ringues conseguirem a glória de seu esporte querido voltar para a TV. De acordo com Shaolin, os planos para o programa voltar ao ar estava marcado para este mês, mas sem tempo para a análise de contrato, a empresa que faria a transmissão das lutas não deu prazo definido para que o tão esperado ‘sim’ seja recebido. Os patrocinadores afim de ajudar a levantar o projeto com seus investimentos estão esperando o espaço em uma emissora. E agora cada minuto de espera é uma agonia.

A esperança que mais move o professor formado em taekwondo é o desejo de milhares de pessoas em voltar a assistir o saudoso festival de criatividade em forma de esporte. “Queremos trazer a hegemonia de volta ao Rio Grande do Sul. Nossa intenção é formar mais lutadores, trazer mais felicidade com as fantasias, com as histórias, com as cenas”, ressalta o mentor do projeto, Shaolin, que fala com orgulho de todos os personagens que entram em cena quando sobem ao seu palco.

Com a base de profissionais dedicados em suas modalidades, a meta é que mais pessoas abram os olhos e fujam de possíveis pensamentos preconceituosos diante de um esporte que é tão normal e sério como qualquer outro.

O sonho é profundo e intenso para todos que se dedicam em uma causa. E esses jovens querem apresentar a doutrina de seu talento para todo território nacional visando sempre o respeito ao próximo em prol do ser humano.