Mãe das quatro crianças mortas presta depoimento

Polícia Civil tem na vingança a principal linha de investigação

Foto: Arquivo / IGP / OA

A mãe das quatro crianças mortas pelo pai há 10 dias, em 12 de dezembro, prestou depoimento à polícia esta semana. O delegado responsável pelo caso havia informado que esperaria ela se recuperar do trauma inicial para então ouvi-la.

Thays da Silva Antunes, 24 anos, teve um relacionamento de 11 anos com David da Silva Lemos, 28, e estava separada há cerca de três meses, após sofrer agressão e conseguir uma medida protetiva da Justiça contra o então companheiro.

Contudo ele, segundo apurado pelos policiais, não aceitou o fim do relacionamento, o que parece ter motivado o assassinato das crianças de três, seis, oito e 11 anos. Vingança é a principal linha de investigação da Polícia Civil.

A mãe ficou sabendo da morte dos filhos pela sogra, que entrou em contato e disse que ela deveria ir à sua casa com urgência. Quando chegou ao local, encontrou os filhos mortos.

No depoimento ela informou que, nos dias que antecederam o assassinato o homem não apresentou nenhuma alteração de comportamento ou sinais de raiva e rancor. Ela não suspeitou que ele pudesse fazer mal contra as crianças, pois mantinha um bom relacionamento com os filhos, principalmente com a caçula.

Quando foi agredida ela conta que tentou estender a proteção aos filhos, mas teve o pedido negado. Segundo ela, em razão de as crianças não terem presenciado a violência, pois estavam na casa da avó.

Ele está preso desde o dia 14, quando foi localizado em um hotel no centro de Porto Alegre. Após a morte dos filhos, ele deixou o local. David morava com a mãe em Alvorada e somente na terça-feira à tarde, quando ela retornou do trabalho, encontrou os netos sem vida no interior da casa. Foi quando a avó paterna chamou Thays.

Quando foi preso no hotel, David confessou o crime e disse que dopou as crianças com calmante. Na delegacia, durante o depoimento e acompanhado de um defensor público, permaneceu em silêncio.

As vítimas foram identificadas como Yasmin, de 11 anos, Donavan, de 8 anos, Giovanna, de 6 anos e Kimberlly, de 3 anos.

A Defensoria Pública do Estado, que representa David, disse que a instituição irá se manifestar somente nos autos do processo.