MP deflagra operação contra empresas que adicionavam substância cancerígena no leite

Operação foi deflagrada em três municípios gaúchos | Foto: Marjuliê Martini / Ministério Público / OA
Operação foi deflagrada em três municípios gaúchos | Foto: Marjuliê Martini / Ministério Público / OA

O Ministério Público (MP) desencadeou, na manhã desta quarta-feira, a Operação Leite Compensado, que cumpre nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.

A operação, que tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, investiga cinco empresas por adulterarem o leite cru, que é entregue para as indústrias.

Uma das formas de adulteração identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia e que possui formol em sua composição, na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite. 

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A simples adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia. O formol encontrado na composição da substância é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol, que mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no produto final.

Segundo o MP, com o aumento do volume do leite transportado, os leiteiros lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.

As empresas investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que um milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adicionados.

Amostras coletadas no decorrer da investigação em supermercados de Porto Alegre apontaram fraude em 14 lotes de leite UHT.

A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal.

Fonte: O Alvoradense