Moradora faz denúncia contra o Hospital de Alvorada

Ela foi ouvida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa

Foto: Fernando Gomes / Divulgação / OA

A alvoradense Taís Zumba esteve na Assembleia Legislativa do estado na quarta-feira (19), quando fez graves denúncias contra o Hospital de Alvorada à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa Legislativa.

A convite da deputada Stela Farias (PT), ela foi ouvida também pelos demais membros da Comissão, deputados Elizandro Sabino (PRD) e Dr. Thiago Duarte (União), a quem apresentou um vídeo com imagens da situação dramática na instituição de saúde, denunciando a falta de medicamentos, médicos, UTI, equipamentos e até mesmo água potável.

Taís gravou o material nos dias em que acompanhou a mãe, que também esteve internada na instituição, que é estadual, mas administrada pelo Instituto João Paulo II. Segundo ela, foi preciso acionar a Brigada Militar para que o direito da mãe idosa de ter um acompanhante fosse respeitado. Narrou ainda que não havia água disponível para os pacientes, alimentação adequada e insumos básicos. Era ela quem fazia curativos, mudava fraldas, dava banho e trocava sonda. Revelou que teve até que doar fita GHT, usada para medir glicose, e pilha para o aparelho.

A mãe de Taís, Sônia Margareth Oliveira Rodrigues, deu entrada no Hospital de Alvorada com infecção urinária e morreu vítima de infecção generalizada.

Presente ao encontro, a presidente do Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, disse que já visitou a instituição e que as condições são precárias, inclusive nas questões relativas à gestão de pessoal. Segundo ela, servidores não tinham sequer contratos e recebiam diárias por meio de pix. Inara defendeu que o contrato com o Instituto João Paulo II, que vence no final do ano, não seja renovado e que o estado assuma a gestão do estabelecimento.

Mediação

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) realizou, também na quarta-feira, nova sessão de mediação entre trabalhadores da saúde e a Fundação Universitária de Cardiologia. As negociações tiveram início em março deste ano, em razão da troca de gestão e a dispensa de trabalhadores nos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha. A Fundação encontra-se em recuperação judicial e também anunciou a troca de gestão em Viamão.

Entre outros temas abordados, a Fundação manteve o compromisso de destinar valores excedentes à quitação das futuras rescisões dos trabalhadores de Viamão ao pagamento parcial das rescisórias dos trabalhadores de Alvorada. Os pagamentos dos trabalhadores de Viamão deverão ser feitos com recursos da venda do prédio do hospital na cidade. Estima-se que o valor excedente será de aproximadamente R$ 2,5 milhões.

Os sindicatos Sindisaúde-RS, Sindifars e Sergs informaram que ajuizaram ações coletivas para questionar o pagamento das parcelas rescisórias relativas aos empregados dispensados em Alvorada e Cachoeirinha. Os demais sindicatos informaram que também ajuizarão ações oportunamente.

A sessão de mediação foi conduzida pelo vice-presidente do TRT-4, desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, com a presença da juíza auxiliar da Vice-Presidência, Luciana Caringi Xavier. O Ministério Público do Trabalho foi representado pelo procurador regional Viktor Byruchko Junior. A próxima sessão sobre o tema foi agendada para o dia 12 de julho, a partir das 15h.