Moradores reclamam do “jogo de empurra” na hora de consertar buracos em ruas

Saiba como proceder quando Prefeitura e Corsan não entram em acordo

Moradores tem reclamado da dificuldade de identificar os responsáveis por alguns dos buracos abertas nas ruas e avenidas da cidade | Foto: Jonathas Costa / OA

A grande incidência de buracos nas ruas da cidade é a causa da dor de cabeça de moradores, motoristas, pedestres e de órgãos públicos como a Prefeitura e Corsan que, na maioria das vezes, são os responsáveis pelo conserto. Entretanto, até que o problema seja sanado, muitas vezes o cidadão não sabe a quem recorrer e acaba refém de informações erradas e controversas.

É o caso do técnico em informática Vinícius Costa, morador do bairro Sumaré. Na quarta-feira, dia 26, Vinícius testemunhou a colisão de um carro contra o muro de seu vizinho, na rua São Borja. “Ele perdeu o controle ao passar por um buraco que está ali há mais de um ano. Liguei para a Prefeitura que me informou que era responsabilidade da Corsan”, explicou. Segundo ele, com o passar do tempo, o buraco aumentou, bem como as ocorrências. “Ouço o barulho dos carros pulando, para-choques quebrados, é uma rotina”, detalha.

Cientes das dificuldades enfrentadas pelos moradores, Prefeitura e Corsan tem intensificado a troca de informações. De acordo Corsan, a demanda por pavimentação na cidade é grande e constante, mas no último ano houve uma redução de 21,62% nas solicitações de pavimentação de buracos, que passaram de 370 para 80 por mês.

Coordenador Operacional da Corsan de Alvorada, Márcio Martins explica que os clientes podem fazer reclamações pelo telefone, site e até mesmo via Agergs, a agência que fiscaliza o trabalho das estatais e pode inclusive cobrando datas para entrega dos serviços. “Qualquer cidadão pode encaminhar queixas para Agergs, tudo que é encaminhado pela agência tem prioridade”, explica.

Carro colidiu contra muro na São Borja após passar por buraco | Foto: Jonathas Costa / OA
Carro colidiu contra muro na São Borja após passar por buraco | Foto: Jonathas Costa / OA

O caminho da reclamação
Todas as demandas encaminhadas à Corsan, independe do canal utilizado, caem no sistema que as filtra e posteriormente às encaminha ao conserto, de acordo com o tipo de serviço. Como a demanda em Alvorada é muito grande, se prioriza problemas mais graves, além das solicitações vindas da Prefeitura e Agergs. No caso da rua São Borja, a Corsan foi informada de havia um vazamento no ramal, tubulação que liga ao passeio. “Somente agora soubemos que é algo maior, que é necessário um serviço com retroescavadeira, pois é problema na rede”. Nesses casos, explica Martins, se coloca uma base de saibro no buraco, compacta, espera secar bem para depois fazer o recapeamento do asfalto. “É um trabalho de dois a três dias,não se pode fazer às pressas”.

Para realização de trabalhos que envolvem maquinário grande, pavimentação, hidrojato a Corsan contrata empresas terceirizadas, o que é fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Agergs. “Temos de responder se fizermos qualquer coisa a mais ou algo que seja de responsabilidade de um outro órgão ou de alguma empresa contratada”, esclarece Martins.

É o caso dos buracos e desníveis que existem no asfalto do cruzamento da avenida Itararé com a rua Taimbé. O coordernador explica que as obras do local são do PAC e foram feitas através de um contrato assinado com Ministério das Cidades e a empresa Sultepa, sendo fiscalizado pelo Deob, que é um departamento vinculado à superintendência da Corsan. Como a construtora faliu, o trabalho ficou parado, mas qualquer ação que a Corsan local execute ali será sujeita ao questionamento e, até mesmo, retaliação do TCE. “Isso porque quem gerencia o cumprimento desse contrato com a Sultepa é o Deob e não nós”. Entretanto, a Corsan deve estudar uma forma de fazer as melhorias necessárias no local. “Temos de achar uma brecha, algo que justifique a ação da Corsan nesse caso”, explica.

Desníveis na avenida Itararé já causaram acidentes e moradores temem abertura de cratera no local | Foto: Jonathas Costa / OA
Desníveis na avenida Itararé já causaram acidentes e moradores temem abertura de cratera no local | Foto: Jonathas Costa / OA

Diálogo e parceria entre órgãos são fundamentais
Márcio Martins está há um ano em Alvorada e ainda se espanta com a quantidade de demandas do município, especialmente em relação à pavimentação. “Quando cheguei eram cerca de 370 solicitações ao mês. Hoje operamos com algo em torno de 70 a 80 pedidos. Ainda não é o ideal, mas já é um avanço”. Além do trabalho da equipe, o coordenador considera como fundamental para a queda nesses números o diálogo e parceria com a Prefeitura. “Tenho um canal direto com o prefeito e a Smov. Sempre que possível tento atendê-los”.

Martins conta ainda que muitas dessas solicitações não são responsabilidade da companhia, mas ainda assim não deixa ninguém na mão. Ele lembra que a atual administração intensificou o trabalho de repavimentação da cidade, o que pode causar alguns transtornos. “É um serviço feito por empresas terceirizadas que, muitas vezes, não têm o devido cuidado com a rede. Jogam as máquinas de qualquer jeito e provocam danos”. Para sanar o problema, Martins propôs a colocação de um profissional da Corsan nesses locais para acompanhar o trabalho. “Prefiro ter uma pessoa parada ali o dia inteiro a ter de deslocar uma equipe grande para consertar o que foi feito errado. É melhor prevenir”.

Como reclamar
Qualquer cidadão pode entrar em contato com a Agência Estadual de Regulação de Serviços (Agergs) através da ouvidoria e encaminhar suas queixas. O número geral da ouvidoria é 0800 979 0066, e para casos específicos de energia elétrica o número é o 0800 727 0167.

Já os números de telefone da Corsan são o 0800 646 6444, o 3483-1258 ou o 3483-0195. A Smov recebe reclamações pelos números 3044-8700 e 3044-8686.

Fonte: Josélia Sales / O Alvoradense